Corpo no carro de professor da Ufal tinha um arame em volta do pescoço
O delegado Felipe Caldas, que investiga o desaparecimento do professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Daniel Thiele, 35, afirmou que o corpo encontrado na manhã desta quinta-feira (6) em um carro carbonizado estava no banco de trás e com um arame em volta do pescoço.
A polícia confirmou que o carro era do professor, mas não tem certeza da identidade da vítima. “Encontramos um corpo carbonizado no banco traseiro do veículo. Ele estava sentado, com um arame em volta do pescoço, mas ainda não podemos afirmar se ele morreu asfixiado”, disse o delegado.
Embora a polícia afirme que os indícios levam a crer que o corpo é do professor, que desapareceu no dia 20 de setembro, somente exames no cadáver carbonizado poderão indicar a identidade dele. O prazo para o resultado é de até 10 dias úteis. Dois suspeitos no crime estão presos.
Thiele era natural do Rio Grande do Sul e dava aulas no Instituto de Química e Biotecnologia (IQB) da Ufal. O irmão do professor participou da coletiva, e, mesmo sem a confirmação oficial, já tratava o caso como esclarecido.
“Em nome da minha família, gostaria de agradecer ao trabalho de todos os policiais que ajudaram a encontrar o meu irmão. Prometi ao meu pai que eu atravessaria o país para encontrar meu irmão, vivo ou morto. E saio de Maceió com o coração apertado, mas com sentimento de dever cumprido”, disse Marcelo Thiele.
O corpo e o carro foram encontrados por policiais do Grupamento Aéreo da Polícia Militar, em uma mata entre as cidades de Rio Largo e Pilar, na Região Metropolitana de Alagoas.
A Perícia Oficial informou que vai realizar a necropsia e um exame da arcada dentária para identificar se o corpo é mesmo de Thiele. Se não for possível o reconhecimento, pode ser realizado ainda um exame de necropapiloscopia ou, em último caso, um teste de DNA.
A reitora da Ufal, Valéria Correia, acompanhou o irmão do professor na coletiva. “Nos esforçamos para acompanhar e amparar o Marcelo Thiele nessa caminhada. Estamos à disposição para ajudar no que for preciso. Nesse momento, somos uma comunidade e prestamos nossa solidariedade e nossos mais profundos sentimentos”.
Marcelo afirmou ainda que a última vez que a família teve contato com o professor foi no dia 18 de setembro, quando o pai deles conversou por telefone com o filho que estava em Maceió. Ele não notou nenhuma mudança no comportamento de Thiele. O irmão dele disse que toda a família foi surpreendida pela notícia do desaparecimento.
Suspeitos presos
Os irmãos Emerson Palmeira da Silva e Anderson Palmeira da Silva foram presos nesta manhã e levados para a sede da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), em cumprimento a mandados de prisão temporária expedidos pelo juiz da 9ª Vara Criminal, John Silas.
Eles foram presos por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. De acordo com a polícia, o chip do celular do professor foi usado por um dos irmãos, o Anderson, mas a motivação do ainda não foi esclarecida.
Os dois negam participação no crime. Pela manhã, a esposa de Emerson Silva foi à delegacia para tentar informações do marido. Ela disse ao G1 que ele é inocente. “Ele é pai de família, não tem envolvimento com nada ilegal”.
Outras duas pessoas, um homem e um adolescente, haviam sido detidas para averiguação. Elas foram ouvidas e liberadas pela polícia.