Cardozo diz que impeachment é ‘golpe parlamentar’ e que vai recorrer
O ex-ministro José Eduardo Cardozo, advogado de defesa de Dilma Rousseff, disse nesta quarta-feira (31) que o impeachment dela, decidido pelo Senado, foi “seguramente um golpe parlamentar” e que pretende recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Vamos impetrar possivelmente hoje [quarta] ou amanhã [quinta] uma primeira ação, sem prejuízo a uma outra ação que será proposta na sexta ou na segunda”, afirmou.
Cardozo afirmou que a aprovação do impeachment é “um dia triste para a democracia”, porque Dilma é “uma presidente da República afastada do seu cargo sem nenhum fundamento, sem crime de responsabilidade”.
“Realmente é um golpe parlamentar. Portanto, acho que é um dia triste, nós vamos ao Supremo Tribunal Federal”, disse.
Ele afirmou que a missão não será fácil. “Realmente, eu sei que não é uma discussão simples, porque há ainda uma tese muito forte, mas que a meu ver está ultrapassada, de que o Supremo não pode rever processo de impeachment, quando me parece que isso é equivocado. Não poderia haver a revisão é do mérito político, não dos pressupostos jurídicos”, afirmou Cardozo.
Sobre o fato de o plenário ter mantido o direito da petista de exercer cargos públicos, o advogado de Dilma reconheceu ser algo “importante”, mas ainda assim classificou o resultado de “desfavorável”.
“Eu acho que é desfavorável, na medida em que não havia base para nada, é um dia triste para a democracia brasileira essa decisão. Claro, o fato de não ter sido condenada na perda da função pública é algo importante, mas, sem sombra de dúvida, o que pesa profundamente na questão da democracia é decretar a perda de mandato de uma presidente da República sem base nenhuma”, afirmou Cardozo.