Olho vivo: Velho Chico, Santo, Xucurus, e R$ 5 milhões de livros
Ao assistir um dos capítulos da novela Velho Chico, exibida pela Rede Globo de Televisão logo após o Jornal Nacional, sentimos na alma uma tristeza, como se fôssemos uma criança de hoje.
A participação dos nossos índios em alguns capítulos, em especial o que mostrou a “pajelança” feita em prol da cura do personagem Santo, mostrou com perfeição de imagens e direção um dos aspectos importante da cultura indígena, cuja cultura se distanciou e muito, das nossas escolas, e em especial das escolas municipais.
Apesar do tempo transformar modelos, a história não deve abandonar os bons textos e imagens que delineiam, e com prioridade, o berço das nossas origens. Em outras palavras; o nosso berço Xucurus.
Observamos que infelizmente não há um juízo crítico didático, quando da opção na aquisição de um amontoado de livros destinados a contribuir com a educação dos nossos filhos e netos.
A verdade é que o nosso município tem gasto milhões de reais com livros, no entanto, dando preferência a historietas tais como; Coleção de Baby Zoo, Coleção Fábulas para brincar, ou Discovery na Escola. Por certo, há aquisições sobre História Afro-Brasileira e Indígena, contudo, nada específico sobre os Xucurus, ou alguma referência aos Caetés. Assim sendo, feliz que permaneça a Editora Divulgação Cultura Ltda, de Curitiba no Paraná, hábil vencedora de licitações no município de Palmeira dos Índios, tendo sido uma delas num festivo 29 de dezembro de 2015, como se estivesse sido premiada ou mimoseando alguém com um carinho natalino de valor expressivamente elevado.
E por falar em índios…
“Os Xucurus-Kariri são um grupo indígena oriundo do município brasileiro de Palmeira dos Índios, no estado de Alagoas, e provêm da união de duas etnias distintas, Xucuru e Kariri. Em Alagoas, habitam as Áreas Indígenas Mata da Cafurna, Xucuru-Kariri e Fazenda Canto, e às margens do lago formado pela Barragem de Moxotó, no município de Glória, na Bahia (Área Indígena Quixabá).
A crença na natureza sagrada é uma característica importante desse povo. É nos terreiros distribuídos nesses territórios que os rituais religiosos são realizados e constituem o espaço de contato com os caboclos e encantados. O toré se destaca nesse contexto como a principal manifestação do sistema cosmológico deste povo.”
Ter conhecimento disto nos dá mais prazer do que ler uma “Coleção Fábulas para brincar”, ao custo unitário de R$ 235,00, principalmente em época de crise.
A não ser que fosse um belo presente de papai Noel…
Austrelino Bezerra
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