Estelionatário usa o nome do Crea para aplicar golpes em Alagoas

Estelionatário usa o nome do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) para aplicar golpes em Alagoas. A cabeleireira Gilvanete Felismino foi mais uma vítima. Ela estava realizando uma obra em um ponto comercial.

Gilvanete afirma que a obra estava quase pronta e sendo feita dentro das exigências da prefeitura, quando um suposto fiscal do Crea chegou ao local e disse que haviam irregularidades na construção.

“Ele foi até à minha residência. Disse que tinha uns documentos para serem entregues. Então como eu estava esperando outros documentos, pensei que fossem esses. Como ele conseguiu meu telefone e endereço eu não sei. Ao chegar ele disse que era funcionário federal do Crea. Mostrou documentos e disse que iria interditar a obra caso eu não tivesse com alguns documentos”, conta Gilvanete.

A cabeleireira diz que o estelionatário chegou a fazer até um levantamento de quanto ela gastaria para conseguir os documentos antes de aplicar o golpe. “Uma média de R$ 5 mil a R$ 7 mil. Mas disse também que sabia que eu não tinha esse valor, mas que podia me ajudar”, relata.

“Daí ele disse que trabalhava com outras pessoas que eram encarregadas de digitar o documento. E que eu deveria dar uma ajuda a eles. Eu falei que só tinha R$ 600 e fui com ele até uma lotérica sacar o dinheiro”, lembra Gilvanete.

Já na loteria, Gilvanete conseguiu fazer algumas fotos do golpista e anotou a placa do carro dele. Depois disso denunciou o caso à Polícia Civil.

LADRAOO chefe de serviço da delegacia, Ariel Almeida, disse que a equipe da Polícia Civil já iniciou as investigações. Foram recolhidas imagens do estelionatário aguardando a vítima a sacar o dinheiro no estabelecimento comercial.

“É com essa imagem que acreditamos que vamos chegar até ele. Até porque existem várias denúncias. Conversamos com o presidente do Crea que nos informou que o estelionatário está usando o nome e a matrícula de um fiscal”, disse ao relatar que a placa do carro usado pelo estelionatário é clonada.

Caso seja localizado, o golpista vai responder por estelionato e falsidade ideológica. E como o Crea trata-se de um conselho federal, a Polícia Federal pode ser acionada.

O presidente do Crea de Alagoas, Fernando Dacal, informou que do ano passado até agora cerca de 30 pessoas já vieram até a sede do Conselho para relatar abordagens de falsos fiscais. Por causa do alto número de casos, uma denúncia foi enviada à Polícia Federal no início do ano passado.

“Em 2015 fizemos um relato para Polícia Federal. Informamos e juntamos toda a documentação dos golpes anteriores, inclusive com uma pessoa sendo presa em Marechal Deodoro e depois liberada pela Justiça. Nessa, já vão quase dois anos e não tivemos resposta da Polícia Federal. Assim, diante diante dessas novas investidas vamos voltar a cobrar à Polícia Federal”, falou.

O presidente do Crea confirmou que os dados usados pelo golpista realmente são de um fiscal do Conselho, o que tem provocado prejuízos para o funcionário e a instituição. Assim, ele ainda esclarece como é o trabalho dos fiscais do Conselho para evitar novos golpes.

“Os ficais realizam fiscalização para saber se as obras possuem responsabilidade técnica. Profissional responsável. Se não eles lavram um ato de infração. A pessoa tem direito de defesa e toda cobrança é por meio de boleto. Os fiscais trabalham com farda, identificação do Conselho e veículo identificado. A taxa mais alta custa R$ 180″, completa Dacal.

G1 AL

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