Polícia Civil prende suspeito de matar líder do MST em Atalaia
A Polícia Civil de Alagoas prendeu, na madrugada desta quinta-feira (4), o suspeito de ter matado Jaelson Melquíades, líder do Movimento dos Sem Terra (MST), em 2005, no município de Atalaia, interior de Alagoas.
O suspeito, identificado como Heleno Pedro da Silva, 52, foi preso em casa, em União dos Palmares. Ele nega.
Durante coletiva com a imprensa, o delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, informou que o inquérito foi aberto em 2005, mas apenas em 2012 a prisão preventiva de Silva foi decretada pela Justiça.
“A gente obteve há um tempo informações que ele estava em Machado, no Mato Grosso, mas não conseguimos pegá-lo. Fomos até o banco que ele ia sacar dinheiro e ele não apareceu. Agora, ele confessou que o próprio gerente disse que a polícia estava atrás dele”, relatou o delegado.
Ainda de acordo com Cerqueira, a polícia alagoana ainda foi atrás de Silva em uma região entre os estados de Minas Gerais e São Paulo, mas também não o encontrou lá. “Como ele achava que era a polícia local que o estava procurando, ele voltou para Alagoas e aqui o pegamos”, ressaltou.
Segundo Paulo Cerqueira, quando o crime foi cometido ele tinha apenas dois anos na carreira policial, e por isso, vai designar um delegado para investigar o caso e finalmente poder concluir o inquérito.
Ao G1, Silva afirma que trabalhava na fazenda em que os integrantes do MST ocuparam, mas nega o crime. “Eu conhecia o Jorjão, que é coordenador do movimento. Eu briguei com ele duas vezes porque ele provocou em um bar. Fiquei sabendo que ele mandou me matar e aí tivemos uma briga física. Se fosse para matar alguém, eu teria matado ele, e não o outro [Melquíades]. Eu sabia que a polícia ia me encontrar um dia por causa desse crime”, afirmou o suspeito.
O secretário da Segurança Pública de Alagoas, Lima Júnior, informou que há cerca de 70 dias se reuniu com integrantes do movimento, que cobravam a prisão do suspeito. “Me reuni com integrantes do MST e percebi a importância da prisão. É algo simbólico, como se o Estado tivesse uma dívida com eles. Silva rodava o Brasil inteiro, mas finalmente o pegamos”.
G1 AL