Máfia da Merenda: PF leva secretário de finanças de Traipu para depor sobre fraude

mafiaO secretário de Finanças de Traipu, município do Baixo São Francisco alagoano, foi levado para depor à Polícia Federal em uma investigação sobre fraudes em licitações da merenda escolar em cinco municípios do estado. O prejuízo com o esquema criminoso pode ultrapassar R$ 12 milhões.

Além do secretário Everson Santos, outros quatro servidores municipais tiveram mandados de condução coercitiva cumpridos durante a operação “Brotherhood”, deflagrada nesta terça-feira (28) pela PF em parceria com o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle (MTFC), antiga Controladoria-Geral da União (CGU).

Por meio de nota, a prefeitura de Traipu afirma que mantém o compromisso de transparência na gestão municipal e colaboração com os órgãos de controle e fiscalização das contas públicas, estando sempre à disposição para prestar esclarecimentos.

Além de Traipu, a polícia investiga fraudes em Tanque D´Arca, Girau do Ponciano, Ibateguara eRoteiro. As buscas, entretanto, se estenderam a outros municípios, Arapiraca, Cajueiro, Penedoe Maceió.

Segundo o ministério, foram 19 mandados de busca e apreensão em sedes de empresas e prédios públicos municipais, além de 15 mandados de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para prestar esclarecimentos.

“Temos de 15 a 20 empresas registradas suspeitas de envolvimento no esquema. Todas estão envolvidas, algumas são fantasmas e outras foram fechadas há algum tempo” disse o chefe do Ministério da Transparência em Alagoas, José William Gomes da Silva.

De acordo com o delegado Roberto Laureano Curi, chefe da delegacia de crimes de combate à corrupção da PF, o secretário tem envolvimento nas fraudes durante a fase contratual da licitação.

As investigações identificaram crimes de falsidade ideológica na condução das empresas, fraude em processo licitatório e no processo pós-licitação. “Essas empresas forneciam para mais de 20 municípios alagoanos, mas não podemos dizer se em todos há indícios de fraude. Vamos avaliar para saber se há algo que aponte uma possível investigação a ser feita em todos eles”, disse o delegado.

De acordo com a PF, a investigação criminal que resultou na instauração do inquérito policial começou depois de uma reunião ocorrida na sede da antiga CGU em Alagoas, em meados de 2015. Ela buscava investigar grupo de empresas que, juntas, teria fraudado pelo menos três processos licitatórios promovidos pelo município de Traipu, na região do Baixo São Francisco.

Entre as falhas identificadas há direcionamento de processos licitatórios, sobrepreço, superfaturamento, conluio entre as empresas participantes dos certames, “jogo de planilhas”, constituições de empresas de fachadas, utilização de sócio oculto e omissões por parte das prefeituras quando do recebimento das mercadorias.

O delegado Curi informou que a operação para o cumprimento dos mandados contou com 107 policiais federais e 15 servidores da CGU. As equipes apreenderam documentos em empresas e órgãos públicos dos municípios.

G1 AL

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