Na batalha da dívida dos Estados, Temer teve ajuda de Renan
O acordo entre os governadores não teria sido possível sem a dobradinha: presidente interino Michel Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros. A afirmação é do jornalista Kennedy Alencar, um dos maiores comentaristas políticos do Brasil, na rádio CBN.
Para Kennedy Alencar, a união do poder executivo na figura do estadista Michel temer com a postura progressista do parlamento nacional na pessoa do senador Renan Calheiros foi a receita principal para o acordo dos estados sair. Isso significa que os estados terão recursos direto do tesouro para aplicação em investimentos e é a formular de fazer o Brasil cresce. O Senado é a Casa do Congresso que representa as Unidades da Federação. O poder dos governadores sobre senadores é um instrumento eficaz de pressão. Numa hora em que precisa se consolidar no poder e na qual enfrentará ainda a batalha de votar o impeachment em definitivo de Dilma no Senado, Temer faz uma articulação que favorece os seus interesses políticos.
Um acordo com os Estados tende a angariar a simpatia de governadores e senadores. Como foi um assunto que se arrastou no governo Dilma, ao resolvê-lo agora, Temer mostra maior capacidade para governar do que Dilma. Todos os Estados aceitaram. Ele resolveu rapidamente um tema delicado. É uma solução temporária, que dá um alívio de dois anos aos Estados. Logo, ali na frente, poderá surgir nova tentativa de renegociação, mas, até lá, haverá tempo para o Congresso tentar aprovar uma reforma tributária e fiscal e para o país voltar a crescer, elevando novamente a arrecadação de impostos da União, dos Estados e dos municípios. Na batalha da dívida dos Estados, Temer marcou um ponto, concluiu o comentário Kennedy Alencar.