Ataque de jacaré é o 1º com morte na Disney em seus 45 anos
A morte do menino de dois anos no “Grand Floridian Resort and Spa”, dentro do grande complexo da Disney, é o primeiro ataque mortal de um aligátor (jacaré americano) nos 45 anos do parque Walt Disney World, no estado da Flórida (EUA). Após a tragédia, a Disney informou ter fechado todas as praias e marinas de seus resorts na Flórida por precaução.
A vítima foi identificada como Lane Graves, filho de Matt e Elisa Graves. A polícia encontrou o corpo do garoto “completamente intacto” nesta quarta-feira (15), segundo o xerife Jerry Demings, do condado de Orange, e foi entregue ao instituto médico legal do condado para a necropsia.
Demings disse que o corpo foi encontrado intacto na água por mergulhadores e há razões para pensar que não seja do garoto. A polícia inclusive divulgou uma foto de Lane no Twitter, prestando “as mais profundas condolências à família Graves”. “Pensamentos e orações estão com vocês durante este tempo difícil” (em tradução livre).
Lane foi arrastado por volta das 21h de terça-feira (14), horário local (cerca de 22h do horário de Brasília) por um aligátor (jacaré americano), no lago de um dos resorts da Disney no estado da Flórida.
O pai correu para dentro d’água e lutou com o animal, mas não conseguiu resgatar o filho, segundo policiais. A criança fazia parte de uma família de cinco pessoas, do estado de Nebraska, no meio-oeste dos Estados Unidos, e estavam aproveitando o dia à beira do lago.
O ‘Grand Floridian’ faz parte do enorme complexo de resorts da Disney, que inclui diversos parques temáticos, parques aquáticos, hotéis e pistas de golfe. Existe uma placa de “proibido nadar” no lago, mas nenhum aviso sobre aligátores.
“Todos aqui do Walt Disney World Resort estão devastados por esse trágico acidente”, disse a executiva de comunicações, Jacquee Wahler. “Estamos dando auxílio à família e fazendo tudo o que podemos para ajudar no cumprimento da lei.”
Ataque de aligátor em 1986
Um caso parecido de ataque de aligátor ocorreu há 30 anos na Disney. O jacaré americano foi morto após atacar e ferir uma criança de 8 anos no Walt Disney World em 12 de outubro de 1986.
Segundo notícia da agência de notícias Associated Press da época, Paul Richard Santamaria não ficou seriamente ferido. O cirurgião-pediatra Clinton Cavett disse que o jovem teve “quatro ou cinco lacerações superficiais” na perna esquerda e não precisou passar por cirurgia.
“Foi desesperador, mas ele está em boas condições e somos muito afortunados que não aconteceu o pior”, afirmou à época a mãe de Paul, Roberta Santamaria. Eles eram de Birstol, New Hampshire.
Paul estava brincando com seu irmão, irmã e outra companhia em um domingo quando decidiu observar um grupo de patos a alguns metros de distância. Ao se aproximar da água, o aligátor saiu da água e atacou sua perna esquerda. Mas ele conseguiu escapar com vida.
Outras mortes já foram registradas no parque, mas não relacionadas a ataques de aligátores. Depois do ataque, a fêmea de mais de 2 metros foi abatida e enterrada por agentes, segundo o jornal “The Orlando Sentinel”.
Família ‘perseguida’
Uma família inglesa diz ter sido “perseguida” por um aligátor semanas antes do ataque Lane, segundo o jornal “Daily Mirror”. Carl, de 34 anos, e Karen Davies, de 37 anos, afirmaram ao jornal que estavam sentadas na praia do Disney’s Polynesian Village Resort, com seus dois filhos pequenos, quando um jacaré gigante apareceu. O incidente ocorreu em abril.
Eles se preparavam para assistir os fogos de artifício do parque Magic Kingdom, que ocorre à noite, quando a filha de oito anos ouviu um som “parecido com um jet-ski” na água. Momentos depois, eles viram um vulto sair da loagoa em frente e uma outra família, canadense, gritou “Aligátor!” e todos saíram correndo. Ninguém ficou ferido.
Animais comuns na Flórida
Aligátores são comuns no estado e podem ser encontrados em água doce ao longo da Flórida, mas é raro eles atacarem humanos.
Antes do acidente de terça (14), ocorreram apenas 22 mortes no estado por mordidas de aligátores que não foram provocados desde 1948, segundo o serviço de peixes e vida selvagem
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