Tucanos e petistas pregam cautela sobre pedido de prisão Renan Calheiros
Em lados opostos na disputa política, petistas e tucanos se uniram na cautela sobre o pedido de prisão do presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), encaminhado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Para líderes das duas siglas, se a base para os pedidos de prisão forem as gravações já conhecida feitas pelo ex-senador Sergio Machado não há índicios suficientes para a tal medida. “Janot deve ser elementos que nós temos. Todos nós reagimos com preocupação. É uma situação extremamente grave. Provoca uma aplicação de instabilidade política que estamos vivendo . Nossa expectativa é que os pedidos tenham sido feitos com base no que a Constituição preconiza. Vamos aguardar a decisão do Supremo”, disse o líder do PT no Senado, pernambucano Humberto Costa.
Outros petistas como Paulo Rocha(Pará) e o vice presidente do senado acreano, Jorge Vianna – que assumiria a presidência caso Renan fosse afastado – seguiram a mesma linha do senador Humberto Costa. “Tudo vai depender da decisão do Supremo, que pode considerar que as razões não sejam consistentes. O próprio presidente Renan, deve chamar os lideres para fazer uma ponderação sobre isso”, continuou Humberto Costa.
“Não se pode criar no Brasil um Estado policialesco nem tampouco pedir prisão de quem quer seja por emitir opiniões sobre qualquer assunto. É preciso a caracterização de um ato concreto de obstrução à Justiça para que se justifique o pedido”, apontou o líder do PSDB no senado, paraibano Cássio Cunha Lima.
Para os senadores do grupo chamado “independente” a situação se configura em “tragédia política”. Na Câmara os líderes da base aliada ao governo Michel Temer sobre os pedidos de prisão dos caciques do PMDB: Pauderney Avelino(DEM=AM) o procurador Janot deveriua usar ” a mesma regra” para os políticos do PT, como os ex-ministro Aloizio Mercadante e José Eduardo Cardoso, além da presidente afastada Dilma e o ex presidente Lula. Líder do PSD, Rogério Rosso (DF) defendeu a separação de Poderes, em tom de crítica aos pedidos de prisão.