Olho vivo! O “melô” da Câmara de Vereadores

O “melo” da Câmara de Vereados de Palmeira dos Índios assemelha-se e muito, com uma brincadeirinha dos tempos de criança. Até porque, mesmo sem ter nenhuma analogia com creche, o lugar favorável para que sejam debatidas as leis municipais, e do nosso interesse, deixa transparecer presentemente que se transformou numa casinha de irresponsáveis crianças.

“Dedo mindinho, Seu vizinho, Maior de todos, Fura bolo, Cata piolho.

– Cadê o vereador que estava aqui?

– O rato carregou!

Lá vai o gato atrás do rato… Lá vai o gato atrás do rato… Lá vai o gato atrás do rato…Uh! Uh! Uh! Uh!”

O ano eleitoral já marcha a passos largos e o estrago já começa a se proliferar por várias partes. Um dos exemplos é o corre-corre atrás de segurar a mamata na Câmara Municipal de Palmeira dos Índios. Claro! É mamata, sim. Qual o cristão que não gostaria de ser famoso, até por não fazer nada, e ainda ganhar uma bolada, “trabalhando” apenas uma vez por semana?

Pois sim; já é notório que alguns vereadores pagos, e que ocupam às vezes, uma cadeira na Câmara Municipal, já se encontram em plena campanha eleitoral, procurando salvaguardar o “dindim” de cada mês, com o consentimento, ou não, do nosso voto.

Isto é abertamente registrado tanto nas reuniões do Legislativo, quanto na mídia, nas praças, nos bares, botecos, ruas, e avenidas. A competição e os trabalhos neste sentido estão indo de “vento em popa”, mesmo contrariando a decisão do MP-AL; “A propaganda eleitoral é permitida após o dia 15 de agosto de ano. A violação desse dispositivo legal sujeitará o responsável pela divulgação e beneficiário da propaganda subliminar a multa que varia entre R$ 5 mil e R$ 25 mil, segundo informou o MP”.

A propósito, quem não segue o dia-a-dia da Câmara, especialmente as sessões das quartas-feiras, é incapaz de conceber que a falta de boa parte dos senhores vereadores às reuniões semanais, são motivadas pelo fato de alguns deles já estarem em campanha, e visitando suas bases. Mesmo assim, é incompreensível, injustificável, inadmissível, inaceitável, inacreditável, e tudo quanto for sinônimo que se possa atribuir, que seja isto um motivo para que não haja presença a apenas a uma reunião semanal. Obrigatoriamente, como sem querer e querendo, temos que repetir aquela historinha; não tem como justificar para patroa, a mancha de batom na cueca…

Observamos e deduramos, sim; desde o início deste mandato, raramente vimos o plenário da Câmara Municipal com quórum completo – 15 vereadores. Comumente tem sido composto por uma média de 10 parlamentares, o que significa amostra de um forte descompromisso para com a nossa sociedade.

É justo termos que notificar (direito de resposta – sic!), que a maior parte das sessões têm início com o número mínimo exigido de vereadores presentes. Sabidinhos, eles! Porém, quase sempre ao encerramento, notamos apenas seis, ou no máximo sete comparecimentos. Os que vão se ausentando, alguns saem de fininho, se encostando pelas paredes e melando o paletó de tinta, em atitude comparativa a ratos fujões, enquanto outros saem acriançados e atrevidamente, como se o povo de Palmeira dos Índios não tivesse representatividade para eles, como seu real patrão. Os que continuam até o final das reuniões, evidenciam que ainda possa haver empenho quanto aos anseios da população.

Choquem-se! Existem vereadores no Legislativo palmeirense, que ao longo dos últimos três anos e meio, ocuparam a Tribuna da Casa no máximo duas vezes, e apresentaram, nada além do que cinco ou seis matérias. Smartphones e notebooks se estabelecem em suas sessões particulares, e vergonhosamente sempre fugiram dos debates e das discussões, numa atitude recheada de falta de respeito aos colegas, mesmo que sejam eles adversários partidários.

“A ética passou a ser uma necessidade social, que somente os desprovidos de caráter não conseguem perceber.”

Fui!

Austrelino Bezerra