AL perde 466 leitos do SUS em 5 anos, diz pesquisa
O estado de Alagoas perdeu 466 leitos do Serviço Único de Saúde (SUS) entre 2010 a 2015, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (17) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). De acordo com a pesquisa, em 2010, o estado possuía 5.453 leitos, já em 2015, o número caiu para 4.987.
Para a entidade, a insuficiência de leitos é um dos fatores que aumentam o tempo de permanência dos pacientes nas emergências de hospitais.
O problema faz com que eles acabem “internados” nos pronto-socorros à espera do devido encaminhamento. Essa seria a principal causa da superlotação e do atraso no diagnóstico e no tratamento, que, por sua vez, aumentam a taxa de mortalidade.
No caso de Alagoas, o presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed-AL), Wellington Galvão, credita o problema à má gestão na Saúde e o pouco financiamento destinado à ela pelo governo federal. Segundo ele, em 10 anos, foram perdidos cerca de 10 mil leitos.
“A situação é grave em todo o estado. Em Maceió, tem poucos hospitais e que são precários, mas pelo menos eles funcionam. No interior, a situação é pior porque não tem hospital funcionando. O governo passado distribuiu ambulâncias para os municípios do interior, sobrecarregando o HGE [Hospital Geral do Estado] aqui em Maceió”, disse.
“Isso acontece porque o governo faz mau uso dos investimentos na Saúde. Além disso, o financiamento que vem do Governo Federal é pouco”, ressaltou Wellington Galvão.
Por meio de nota ao G1, a assessoria de comunicação da Secretária Estadual de Saúde de Alagoas (Sesau) informa que grande parte dos leitos citados na pesquisa como perdidos, foram na verdade desabilitados nos últimos anos, mas a atual gestão trabalha para que sejam reabilitados.
Disse ainda que além desta medida, está trabalhando para criar novos leitos, seja por meio da construção ou reestruturação dos hospitais regionais de Porto Calvo, Viçosa, Delmiro Gouveia e União dos Palmares, ou através da construção dos hospitais metropolitanos, de clínicas e da maternidade de baixo risco, que serão construídos em maceió e irão assegurar um incremento de mais 800 leitos.
Dados nacionais
Em se tratando de dados nacionais, a pesquisa revela que o Brasil perdeu 23.565 leitos na rede pública de saúde neste mesmo período. A redução é de 7% – passou de 335.482 para 311.917.
De acordo com a organização, as maiores perdas são em psiquiatria, obstetrícia, pediatria e cirurgia geral. A oferta de UTI também é apontada como aquém da necessidade.
O conselho avalia o quadro como “alarmante”. O G1 procurou o Ministério da Saúde por telefone e e-mail, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem. Os dados foram extraídos do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil, do ministério.
G1 AL
E vai perder muito mais com essa secretaria de estado louca, a maternidade de Arapiraca ta pra fechar por causa dela.