O físico que quer trabalhar na Nasa é uma potência olímpica
Se você imagina que é impossível conciliar uma carreira esportiva de alta performance com estudos levados muito a sério, está enganado. E um australiano de 21 anos prova isso. Um dos favoritos à medalha de ouro nos 100m livre das Olimpíadas do Rio, Cameron McEvoy não só divide seu tempo entre as piscinas e a universidade, como participa de complexos projetos de física que alimentam seu sonho de, um dia, trabalhar na Nasa, a agência espacial norte-americana.
Por enquanto, McEvoy estuda na Austrália e impressiona nas piscinas. Neste ano, fez o terceiro melhor tempo da história nos 100m livre (47s04) nas eliminatórias de seu país para os Jogos Olímpicos. Detalhe: ele só fica atrás de César Cielo e Alain Bernard, que em 2009 baixaram da casa dos 47s usando os trajes tecnológicos, atualmente proibidos.
Parte desse sucesso ele dedica a uma característica que o fez se apaixonar pela física: o jeito analítico de ser. “Sou uma pessoa realmente analítica e isso sempre me ajudou na natação. Sempre analiso provas e como posso melhorar. Faço isso em todo treino desde os sete anos”, contou ao Daily Telegraph.
Enquanto isso não acontece, ele mescla as duas vidas. Neste ano, por exemplo, sua touca de natação tinha um símbolo diferente que chamou a atenção. McEvoy explicou. Era uma homenagem à primeira detecção direta de ondas gravitacionais geradas pela colisão e fusão de dois buracos negros, oscilações previstas por Albert Einstein, segundo relatos acadêmicos.
Suas fotos “normais” de um jovem no Instagram se misturam a imagens do espaço que o cativam diariamente. Não à toa, seu apelido é “O Professor”. Recentemente, ele mostrou um complexo cálculo para prever qual seria seu tempo perfeito nos 200m livre. A conclusão de McEvoy: “o experimento é totalmente diferente da teoria e com certeza não posso fazer isso”.
O australiano se diverte com a vida dividida, posa para fotos temáticas (como estudando no fundo da piscina) e aproveita as viagens que a natação lhe proporciona para conhecer, entre outras coisas, museus de física e matemática. Mas na viagem ao Rio de Janeiro, em agosto deste ano, seu maior objetivo será outro.
UOL