Antiga sede da Educação de Alagoas abriga lixo, entulho e cachorros

Paredes rachadas, janelas quebradas, lixo e muito metal enferrujado são o que resta do antigo prédio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), em Maceió. O que hoje está aparente é decorrente de uma série de problemas estruturais que levaram cerca de 700 servidores a deixarem o local, quase cinco anos atrás.

A sede da secretaria foi transferida em julho de 2012 para o Centro Educacional Antônio Gomes de Barros (CEAGB), com a promessa de uma reforma no antigo prédio, que nunca aconteceu.

Desabitado, e sem qualquer reparo, os problemas estruturais se agravaram, até que parte da estrutura desabou, em julho de 2015, três anos depois.

Alguns dias após o desabamento, a secretaria informou que iria demolir a estrutura comprometida para a construção de um centro de educação profissional e de educação de jovens e adultos.

Mas de lá para cá, o “prédio fantasma” parece ter sido esquecido no vaivém do centro da cidade, onde ele fica localizado. Olhando atentamente, o local com aspecto inóspito abriga vida. Vegetação cresce, pássaros fazem ninhos nas janelas mais altas e o som de latidos ecoam pelos corredores.

Antes que o projeto da escola profissionalizante fosse colocado em prática, um empresário responsável por uma ONG que cuida de animais em situação de rua resolveu utilizar o espaço para abrigar mais de 50 cachorros.

Segundo Laerson Lira, o prédio começou a ser depredado após o acidente. “Infelizmente isso vem acontecendo não só nesse como em outros prédios abandonados aqui no Centro. O que eu quis ao colocar esse animais aqui foi proteger esse local, além de dar um abrigo para eles”, explicou.

Lira conta que tira dinheiro do próprio bolso para conseguir manter os animais. “A ONG Exército de Protetores cuida deles enquanto ninguém os adota. Infelizmente, aparecem mais pessoas querendo abandonar animais do que levá-los”, lamenta.

A Seduc afirma que o projeto para transformar o espaço no centro de educação profissional ainda existe, mas que agora isso só poderá ser feito com a retirada dos animais do local.

Entretanto, ainda não se sabe como ou quando essa retirada vai acontecer. Segundo a Seduc, uma reforma geral será iniciada assim que a questão dos animais for solucionada, mas a secretaria ainda analisa a melhor solução junto à Procuradoria Geral do Estado (PGE), para que os animais não sejam prejudicados.

Os planos do empresário, no entanto, são de permanecer no local. “Queremos negociar para que esse espaço seja transformado em um canil público, para cuidar desses e de outros muitos animais que estão espalhados pelas ruas da capital”, apontou Lira.

Enquanto nada é decidido, o prédio permanece contrariando um laudo elaborado pela Defesa Civil e por engenheiros do órgão, em julho do ano passado, que recomendou a demolição completa do prédio por apresentar risco àqueles que por ali transitam.

G1 AL

 

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