Brasil vai pela 2ª vez a Cannes com curta financiado por rifa
Um grande festival de cinema pode mudar a carreira de um diretor iniciante, mas nem sempre é assim. Selecionado para a competição de curtas-metragens do Festival de Cannes do ano passado, o diretor brasileiro João Paulo Miranda Maria ainda assim teve dificuldades para financiar seu novo curta que, ironia do destino, levará o cineasta novamente a Cannes.
“Olha, vou dizer uma coisa para você: não conseguimos patrocínio da esfera estadual. Tentamos crowdfunding também, mas não deu certo. No fim, tivemos que apelar novamente para a rifa, que já tinha dado certo ano passado”, revela o diretor ao UOL, sobre como conseguiu fundos para fazer “A Moça Que Dançou Com o Diabo”, que integra a seleção oficial de curtas-metragens do evento francês.
Com custo de R$ 500, o filme procura mostrar a mesma identidade regionalista de “Command Action”, produção de 2015, que também foi feito com a venda de rifas entre a população de Rio Claro, no interior de São Paulo.
O enredo do curta é baseado em uma lenda urbana regional sobre uma adolescente, cuja família conservadora e religiosa a impedia de sair de casa. Em uma noite, a garota foge para ir a uma festa. Ao chegar no local, o diabo está à espreita disfarçado como um homem de chapéu, e a convida para dançar.
“O que eu quis explorar nesse curta é a relação entre a moça e a família super religiosa em que ela vive. É um filme polêmico”, conta o diretor.
A 69ª edição do Festival de Cannes acontece na cidade do litoral francês entre os dias 11 e 22 de maio.
UOL