Oposição diz ter 349 votos a favor do impeachment, 7 além do necessário
Líderes da oposição se reuniram na tarde desta quinta-feira e contabilizaram 349 votos, sete além do que exige o regimento para aprovação da admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff. De acordo com o mapa da oposição, o governo conta hoje com 127 votos contra o impedimento e 37 deputados ainda estão indecisos.
— Vamos para uma vitória acachapante, redentora! E o viés é de alta, mais votos podem vir até o domingo — comemorou o coordenador do comitê do impeachment, deputado Mendonça Filho (DEM-PE).
Assim que os números foram apresentados por Mendonça aos jornalistas e às câmeras de TV, os deputados que cercavam Mendonça Filho comemoraram e fizeram o sinal de “I” de impeachment, com os dedos indicadores. Um dos presentes chegou a acionar lança confetes, com pequenas bandeiras do Brasil, dentro da sala fechada e assustando momentaneamente jornalistas e os próprios deputados que estavam no local.
— Que é isso!! — indagaram alguns deputados.
— Deve ser coisa do Paulinho. Mas o que vale é que conseguimos e vamos rumo à vitória — comentou o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), referindo-se ao deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), que sempre recorre à criatividade para marcar os atos da oposição.
GOVERNO JÁ ADMITE QUE NÃO TEM VOTOS
A quatro dias da votação final no plenário da Câmara, o Palácio do Planalto passou a admitir em sua contabilidade, que não tem o número necessário para barrar o impeachment. Embora a versão oficial seja de que o governo conta com cerca de 200 votos, reservadamente auxiliares da presidente que participam da articulação política junto ao Congresso podem contabilizar com segurança apenas 160 votos, ou seja, 12 a menos do que o necessário para impedir o impeachment no plenário da Câmara.
Ciente da dificuldade que enfrenta entre os parlamentares, Dilma resolveu receber líderes da base que estiveram com o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), nesta tarde, no Palácio do Planalto, e marcou para amanhã um café da manhã em sua residência oficial, o Palácio da Alvorada, com os 27 deputados que votaram contra o impeachment na comissão especial que votou na segunda-feira o relatório de Jovair Arantes e outros líderes aliados.
Globo