Jaques Wagner chama Temer de ‘patrocinador do golpe’
O Palácio do Planalto escalou o ministro Jaques Wagner, da chefia de Gabinete da presidente Dilma Rousseff, para comentar nesta segunda-feira o discurso vazado do vice Michel Temer e a derrota do governo na comissão do impeachment.
Em gravação que Temer diz ter sido vazada “por um equívoco”, o vice discursa como se o impeachment já tivesse passado na Câmara. Na fala, Temer diz que sua tarefa seria coordenar um “governo de salvação nacional” e promete manter e aprimorar os programas sociais.
Jaques Wagner disse que Dilma ficou “perplexa” com o áudio, assim como os demais representantes do governo. O ministro chamou Temer de “patrocinador do golpe” e defendeu que o vice renuncie caso o impeachment seja derrotado na Câmara.
“[Temer] macula sua própria história, rasga a fantasia e assume papel que antes poderia estar escondido, de patrocinador do golpe. Não me consta que ele tenha bola de cristal. Na votação de domingo, ele pode ficar desmentido e um pouco sem saída. Uma vez desmentido, só restaria a renúncia”, afirmou Wagner.
Comissão do impeachment – O ministro minimizou a aprovação do parecer favorável ao impeachment na comissão especial da Câmara argumentando que o placar de 38 votos a 27 não mostra o apoio de dois terços dos deputados necessário para autorizar a abertura de procedimento no plenário da Casa. “Eles têm consciência que esse número não dá a eles o resultado que gostariam”, afirmou.
Wagner disse que confia que o impeachment não vai passar na Câmara e que o governo vai vestir “a sandália da humildade” após o processo. “Espero que depois de domingo, encerrado e barrado esse processo do impeachment, o bom senso volte a reinar. Da nossa parte, seguramente estaremos com a sandália da humildade. Que eu acho que, após esse processo, não cabe rancor e raiva, ao contrário. Cabe compromisso com o Brasil, com a nossa gente, com a economia brasileira.”
(Com Agência Brasil)