Entrevista: Julio Cézar caminha para unir as oposições em Palmeira dos Índios

thQ0L47XFEO vereador do PSB Julio Cézar, pré-candidato à prefeitura de Palmeira dos Índios, que foi candidato a governador pelo PSDB, tem despontado muito na frente nas pesquisas de intenção de votos para a prefeitura da cidade. A constante liderança de Julio e seu paulatino crescimento também chamou a atenção do senador Renan Calheiros, que vem conversando com Julio para um possível apoio à sua candidatura.

Como ninguém quer perder o poder político, Julio tem enfrentado uma oposição ferrenha ao seu nome, fato que já gerou até matéria na imprensa sobre a disputa.

Nesta entrevista Julio também elogia o apoio do PSB.

Confira.

AC-Como está o clima de pré-campanha eleitoral em Palmeira dos Índios, Julio Cézar?

JC- Nós estamos construindo um projeto junto com a oposição. A preocupação é trabalhar um discurso único de unir forças. A união das forças de esquerda de Palmeira. Que dentro desse grupo se apresente o melhor nome para encabeçar o projeto majoritário e o segundo nome, seja o vice desse projeto. Qual o critério? Acredito que até junho, sejam as pesquisas.

AC- E hoje, como estão as pesquisas?

JC- As pesquisas mostram uma tendência muito forte do nosso nome. Uma aceitação muito positiva. Nós estamos trabalhando ainda com o pé no chão. A candidatura não é uma imposição. O importante é a chegada ao poder da esquerda, nas eleições deste ano.

AC – Mas alguns analistas já dão como certa a sua vitória em Palmeira…

JC- Pior que o sentimento de “já perdeu”, é o sentimento de “já ganhou”. Não existe eleição fácil, todas têm suas nuances. Palmeira é um município grande, é um colegiado importante, onde o PSB está trabalhando para apresentar o grande projeto de desenvolvimento, de geração de renda, de fortalecimento do comércio, para colocar Palmeira na agenda regional, para investir na vocação que Palmeira tem de produção de alimentos. Enquanto Petrolina, Caruaru e Arapiraca andaram pra frente, Palmeira andou para trás. O próximo governo não pode ser um governo político, tem que ser um governo técnico, de gestão, que estabeleça metas e resultados, que saiba aonde quer chegar.

AC- Qual a composição com o PSB lá em Palmeira dessa oposição unida?

JC- Temos o PRB, PP, PSC, e outras coligações no fechamento de alianças. Essa frente de oposição vai reunir um grande número de partidos. Acredito que entre oito a nove partidos irão compor essa frente de oposição. AC- O PMDB vai compor essa frente com vocês? O senador Renan Calheiros vai apoiar sua candidatura?

JC- Olha, eu confirmo aqui uma ligação que eu recebi do senador Renan Calheiros. Eu coloquei ao senador que estamos conversando com todos os partidos. Porque mais importantes que os interesses políticos ou partidários são os interesses de Palmeira. É importante que a gente consiga ganhar musculatura política fora e dentro do município. Que a gente consiga a parceria da bancada federal, da bancada de senadores. O apoio do governador Rena Filho vai ser fundamental. Palmeira não pode prescindir. Independentemente de quem seja o prefeito, tenho certeza que o governador não faltara aos interesses dos palmeirenses, pela atenção que o palmeirense sempre teve com os Calheiros, mas sobretudo pela importância de Palmeira no contexto social e econômico de Alagoas.

AC- Ainda está muito tensa a relação da oposição com a situação nesse período de pré-campanha?

JC- Temos ideologias e pensamentos diferentes. Chegamos até aqui com o discurso que acreditamos. Não faremos aliança pelo poder ou vale tudo. Temos que construir isso junto com a sociedade. A gente não pode trair a população. O PSB quer ouvir a sociedade para que ela aponte quais as prioridades, para que a gente possa fazer um governo participativo. As alianças políticas são fundamentais. Quem fizer parte da oposição tem que estar comprometido, a partir de janeiro, com o nosso principal objetivo: Palmeira dos Índios.

AC- Qual tem sido o papel do PSB nessa disputa pelo poder em Palmeira dos Índios?

JC- Eu sou muito grato ao PSB, me acolheu na hora mais difícil da minha vida, quando saí do PSDB. Eu por pouco não perdi o mandato de vereador. Teve uma ação e tive que entrar na justiça por justa causa. Depois, o ex-governador Teotonio Vilela, a quem eu tenho muita gratidão, pediu que o partido reconhecesse por meio da sua Comissão de Ética, que não tinha mais condição de convivência política no diretório municipal do PSDB, partido ao qual fui candidato a governador nas eleições de 2014, mas por diferenças ideológicas e políticas não foi possível continuar. Quem me abriu os braços e as porta e me acolheu foi o PSB. Quero aqui expor a minha gratidão à ex-prefeita de Maceió e presidenta do partido, Katia Born Ribeiro, ao Alexandre Toledo, o carinho do deputado Inácio Loiola, do doutor Geraldo Majella. O PSB me orgulha pela história de Miguel Arraes e de Eduardo Campos, que lutaram pela redemocratização deste país. Quero perseguir os mesmos valores de Eduardo e seus modelos de gestão. Eduardo fez escola para a nova política, com práticas novas, caras novas e atitudes novas. Vou parafrasear aqui Eduardo Campos : não vamos desistir de palmeira dos índios. Vamos fazer uma campanha franciscana, sem dinheiro, agora com a diferença daqueles que detém o poder econômico: com dignidade. Olhando no olho do Palmeirense e dizendo: o compromisso que o nosso governo tem é com a população. Um governo transparente que cuide das pessoas.

AC- O PSB nacional em algum momento chegou a ser pressionado para não apoiar sua candidatura?

JC- Eu recebi uma ligação do presidente Nacional do PSB, Carlos Siqueira, inclusive intermediada por Katia Born; ela preocupada com uma série de fofocas, ilações que foram criadas em que o PSB sofreria intervenção no município de Palmeira dos Índios; que eu poderia não ter uma legenda caso fosse o candidato. Então a resposta do Carlos Siqueira foi curta e objetiva: “O PSB não é um partido de esquina, não é um partidinho”. De acordo com Julio, Siqueira afirmou que o PSB garante a legenda, e inclusive faz questão de vir a Alagoas participar do lançamento das campanhas majoritárias. Texto do jornalista Alexandre Câmara, especial para blog Bernardino

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