Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, os mais afetados podem ser PP, PR e PSD.
O governo acredita que a saída do PMDB será concretizada. O Planalto entende que a ala rebelde do partido é agora majoritária e deve sacramentar a ruptura da aliança com o PT.
Os partidos PP, PR e PSD somam juntos 121 deputados. Seus líderes têm dito que não veem sinal de reação de Dilma diante da crise.
A reportagem destaca que parlamentares estariam pressionando os dirigentes nacionais dessas siglas para deixar o governo.
Senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, disse que recebeu recados de que sua bancada não está disposta a ir para o sacrifício por Dilma. Os aliados dizem que ele chegou a informar o Palácio do Planalto sobre esse movimento.
Segundo relatos, Nogueira afirmou que poderia reunir cerca de 30 dos 49 votos para Dilma na Câmara, “mas só se fosse para vencer”.
O discurso indica que com o agravamento progressivo do desgaste do governo, as chances de segurar aliados na base de Dilma Rousseff é cada vez menor.
Outro fator que aponta o distanciamento é o recente encontro do presidente nacional do PSD, o ministro Gilberto Kassab (Cidades), com o vice-presidente Michel Temer, principal beneficiário do impeachment de Dilma.
O PSD foi fundado por Kassab em 2011, hoje, segundo integrantes do partido, cerca de 70% da bancada é a favor do impeachment.
Integrantes do PMDB avaliam que a ala que resiste ao afastamento do Planalto perdeu força nos últimos dias, especialmente após a decisão do diretório do Rio de Janeiro de romper com o PT.
A reportagem cita que existe uma tentativa do governo de atrair siglas nanicas, oferecendo a elas cargos de segundo escalão.
Na próxima semana, um exemplo dessas tratativas deve ser oficializado, quando um nome do PTN, que tem 13 deputados, deve ser alçado à presidência da Funasa (Fundação Nacional de Saúde). O cargo ficou vago após a demissão de um afilhado do vice Michel Temer.
Aliados de Dilma teriam conseguido, com essa estratégia, uma promessa de que 10 dos 13 deputados do PTN votarão contra o impeachment.
No entanto, o governo admite que a capacidade de segurar aliados com a oferta de cargos está limitada por dois motivos: a perspectiva de um governo Temer e o fato de que Dilma teria que sobreviver pelos próximos dois anos com baixa popularidade e sob pressão das ruas.