Dilma não é Collor, mas deverá cair
Bernardino Souto Maior
Diferente de Collor, que não tinha partido nem movimentos sociais, Dilma tem o apoio do PT, PCdoB, CUT, UNE e MST Alagoas tem apenas um titular republicano Mauricio Quintella na comissão especial do impeachment.
Embora as redes sociais vem alertando que ele é voto de Dilmas, já respondeu que ainda é cedo definir o voto, apesar do PR ser partido de sustentação da Dilma.
Partidos e movimentos sociais aliados da presidente fizeram uma manifestação na última sexta-feira a fim de mostrar que o governo não está morto.
Fragilizado, sim, mas morto ainda não. É aí que está a diferença entre Dilma Rousseff e Fernando Collor.
Collor em 1992 conclamou os brasileiros a saírem às ruas de verde e amarelo para defender o seu governo e no dia seguinte se deu o contrário: o povo nas ruas vestido de preto. 0 então presidente Collor caiu feito fruta madura porque não tinha um partido forte por trás de si, nem apoio no Congresso e nem nos movimentos sociais. Dilma tem o PT, o PCdoB, a CUT, a UNE, o MST e várias outras entidades.
Deverá cair igual a Collor, mas sua saída do Planalto será extremamente traumática. Uma praça de guerra Pelo que se viu na última 6ª feira, os movimentos sociais aliados do governo não pretendem assistir passivamente à queda de Dilma. Até a provável aceitação do pedido de impeachment pela comissão especial da Câmara, não haverá muito barulho. Porém, quando o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO) chegar ao plenário para votação, a esplanada dos ministérios vai ferver e se transformar numa “praça de guerra” – com o “exército” do MST à frente.