Vanessa Ingrid é condenada a 18 anos de prisão por homicídio em 2011
A jovem Vanessa Ingrid da Luz Souza que foi a júri popular, na quarta-feira (16), pelo assassinato de Amanda Celeste da Conceição Assis, morta a tiros em 2011, no bairro da Santa Lúcia, em Maceió, foi condenada a 18 anos de prisão. Também foi condenado no julgamento Orlando Francisco Cavalcante a 21 anos.
Segundo a acusação, Vanessa foi a mandante do crime motivada por ciúmes da vítima. Durante o depoimento, a ré negou qualquer envolvimento no crime e disse que ela e Amanda eram “amigas”.
“Nós éramos amigas. Eu não fui para o enterro dela porque estava longe e porque fiquei abalada com o crime”, afirmou Vanessa, que também é acusada de um outro assassinato, o da jovem Franciellen Rocha, encontrada carbonizada em 2013. Sobre esse crime, ela ainda aguarda julgamento.
A acusação é de que Vanessa tenha ordenado o crime, executado por Cavalcante pelo preço de R$ 1 mil e uma câmera fotográfica. Os autos do processo apontam que o crime foi motivado pelo envolvimento da vítima com Genilson dos Santos Jordão, o “Ninho”, suposto namorado de Vanessa.
Em seu depoimento, Cavalcante também disse ser inocente. “”Nunca conheci a Amanda. Só vim saber da situação quando estava praticamente preso”, afirmou.
Vanessa e Cavalcante foram condenados por homicídio duplamente qualificados.
No outro homicídio em que Vanessa também é acusada de ser mandante, a investigação aponta a mesma motivação. Franciellen dizia estar grávida de dois meses e que o pai era o Ninho. Um laudo do Insittuto Médico Legal (IML) divulgado em março de 2015 aponta que a jovem não estava grávida quando foi morta.
O Julgamento
A primeira testemunha no julgamento desta tarde foi a mãe da vítima, Josefa Sônia da Conceição. Ela disse acreditar que os réus mataram sua filha. “A vanessa dormiu uma noite antes do crime lá em casa e eu disse à minha filha que não queria que elas fossem amigas. Que eu não gostava dela”, disse.
Ainda segundo a mãe da vítima, Amanda contou no dia do crime que iria se encontrar com a Vanessa à noite. “Eu pedi para ela não ir. Por volta das 20h, eu recebi a notícia do assassinato. Fiquei sabendo que o crime foi cometido por causa de mil reais, mas desconheço qualquer câmera fotográfica”.
Josefa também explicou que também não tinha conhecimento do relacionamento amoroso entre a filha e Genilson dos Santos Jordão, o “Ninho”.
Alguns dias antes do crime, Josefa disse ter encontrado mil reais na bolsa da filha. “Quando eu indaguei, ela disse que o dinheiro era da Vanessa, que tinha pedido para a Amanda depositar”, explicou antes de destacar que Vanessa induzia outras jovens a se prostituir.
“Um táxi foi pegar a minha filha em casa. Estava uma moça, o taxista, o Orlando e a Vanessa. Quando minha filha percebeu a movimentação estranha, testemunhas falaram que ela pediu para pegar o documento em casa, mas o Orlando disse que para onde ela ia, não ia precisar de documento”, contou Josefa.
A segunda a sentar no banco de testemunhas foi Nayara da Silva, uma das acusadas no homicídio de Franciellen Rocha. Ao ser questionada sobre o caso de Amanda Celeste, Nayara apresentou apenas uma resposta ao juiz: “Não quero falar”.
Segundo o Ministério Público, durante a instrução criminal, Nayara acusou Vanessa Ingrid de ser a mandante, mas por não querer contribuir no julgamento, foi lavrado um auto por falso testemunho em seu desfavor.
O promotor do caso, Flávio Costa, leu um documento assinado pela ex-diretora do presídio Santa Luzia, que diz que a Vanessa deu entrada na unidade com a Nayara, e por ser cúmplice, ela e sua família estavam sendo ameaçadas pela Vanessa.
A primeira testemunha de defesa foi Antônio Pereira da Silva. Em seu depoimento, disse que conheceu Orlando Francisco quando ele trabalhou em uma oficina mecânica. “Não tenho conhecimento que ele recebeu dinheiro para matar ninguém, ou que tenha envolvimento com práticas criminosas”, falou.
G1 AL