62% acreditam que empreiteiras beneficiaram Lula, revela pesquisa
Uma pesquisa realizada pelo Datafolha mostra que, para a maioria dos brasileiros, houve um “toma lá, da cá” na relação entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e empresas envolvidas na Operação Lava Jato. Por conta da relação permissiva, o petista teria ganho favores pessoais e as empresas, ajuda em governos do PT, informou a “Folha de S. Paulo.
De acordo com o levantamento, que foi realizado entre os dias 24 e 25 de fevereiro, a maior parte dos entrevistados acredita que o ex-presidente foi beneficiado diretamente por obras realizadas em dois imóveis supostamente ligados ao petista e a sua família (um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, e em um apartamento triplex em Guarujá, no litoral paulista).
Entre os que acreditam que Lula obteve vantagens por reformas em, a maioria também acha que as empresas supostamente responsáveis pelas obras foram beneficiadas por governos do PT. De acordo com a “Folha”, independente do grau de conhecimento sobre o assunto, 62% avaliam que Lula foi beneficiado pelas obras no tríplex, a cargo da empreiteira OAS. Entre eles, 58% acham que a construtora recebeu vantagens do PT.
Em relação ao sítio em Atibaia, 58% acreditam que o presidente tenha sido beneficiado pelas obras na propriedade, sendo que, para 55%, os responsáveis pelas reformas também receberam vantagens de governos do PT. No caso do sítio, testemunhas ouvidas pela Folha e investigações oficiais indicam que uma espécie de consórcio informal de empresas bancou as obras. Entre elas estariam a Odebrecht, a OAS e o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente.
Contudo, Lula segue sendo o mais citado espontaneamente na consulta sobre o melhor presidente que o Brasil já teve, embora seu percentual tenha oscilado negativamente entre novembro de 2015 (39%) e hoje (37%). O segundo mais mencionado pelos brasileiros foi Fernando Henrique Cardoso (PSDB), indicado por 15% (em novembro, ele tinha 16%).
Foram feitas 2.768 entrevistas em 171 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Conteúdo Estadão