Dez presos fogem da Penitenciária da Papuda, em Brasília, neste domingo
(Dez detentos do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, fugiram de um dos prédios da unidade na madrugada deste domingo (21). Segundo o governo do Distrito Federal, o fato foi confirmado durante a chamada nominal feita pelos agentes, conhecida como “confere”. Até as 12h30, nenhum deles havia sido recapturado.
A Subsecretaria do Sistema Penitenciário informou ter acionado todos os órgãos de segurança pública, que colocaram “diversas equipes” nas ruas para capturar os foragidos. O método usado para a fuga não foi detalhado pelo órgão.
Os internos cumpriam pena na Penitenciária do Distrito Federal 1 (PDF 1), onde ficam os presos de regime fechado. Em 2015, a população nessa unidade alcançava 3,5 mil encarcerados.
A subsecretaria deve instaurar um procedimento para apurar as circunstâncias da fuga. Segundo a nota enviada à imprensa, “todas as providências necessárias estão sendo adotadas para a recaptura dos internos foragidos”.
Informações que possam ajudar na recaptura podem ser repassadas pelos seguintes contatos:
– Diretoria Penitenciária de Operações Especiais: 3349-1345
– Polícia Civil: 197 ou 8626-1197 (WhatsApp)
– Polícia Militar: 190
Fugitivos
Nas fichas policiais do grupo de foragidos constam crimes como homicídios, tráfico de drogas, associação criminosa, receptação e roubo. Dos 10 fugidos, 2 cumpriam pena em regime semiaberto e trabalhavam durante o dia, além de serem beneficiados com os saidões. Se foram recapturados, eles devem perdem o direito aos benefícios.
Confira a lista de fugitivos:
– Gedeone Montalvão Bento: quatro passagens por homicídio, uma por roubo e outra por associação para o crime. Vulgo “Nego Geo”, ou “Roupinol com Fel”, foi condenado a 35 anos e cumpre pena em regime fechado.
– Jefferson Alves Faria Carvalho: condenado por dois homicídios, cumpria pena de 8 anos e 6 meses no regime semiaberto. Vulgo “Maluquinho”.
– Cleiton da Silva Liberato: a ficha criminal inclui duas passagens por tráfico de drogas e duas por homicídio. Vulgo “Jabá”, cumpria pena de 9 anos e 4 meses no regime semiaberto.
– Seymy Gouveia Lima: o histórico tem cinco passagens por roubo. Vulgo “Cabeção”, foi condenado a 31 anos em regime fechado.
– Francisco Elton de Lima Sousa: vulgo “Baianinho”, tem duas acusações por homicídio. A ficha não tem informações sobre a pena total.
– Marcos Antônio Moreira dos Santos: a ficha criminal é extensa e inclui pelo menos 10 ocorrências de roubo e receptação, sendo oito relacionadas ao roubo de veículos. Vulgo “Marquinhos”, cumpre pena total de 93 anos em regime fechado.
– Michael da Mata Silva: foi condenado por homicídio e roubo, com pena somada de 63 anos e 2 meses em regime fechado.
– Francisco dos Santos Alves: a ficha criminal também é comprida, com sete passagens por roubo, uma por receptação e duas por porte ilegal de arma de uso restrito. Vulgo “Chico”, ele foi condenado a 55 anos e 6 meses em regime rechado.
– Laiuço de Brito Santos: foi condenado por três homicídios e dois roubos. Vulgo “Bolacha”, cumpre pena de 75 anos e 11 meses em regime fechado.
– Valdeir Alves de Brito: condenado por roubo, receptação, tráfico de drogas e homicídio. Vulgo “Duduca”, foi condenado a 70 anos e 10 meses e cumpre pena em regime fechado.
Outras fugas
No dia 2, outros cinco internos fugiram do Centro de Detenção Provisória (CDP), destinado a homens em prisão temporária ou que aguardam transferência. Até o dia 4, quatro deles já tinham sido recapturados.
Em outubro, cinquenta presos da mesma unidade foram isolados por suspeita de participarem da escavação de um túnel de quatro metros de extensão. A rota de fuga começava no pátio do CDP.
Até a fuga do início de fevereiro, o último caso de detentos escapando da Papuda havia sido registrado em 2012, quando três presos conseguiram serrar as grades da cela.
O Complexo Penitenciário da Papuda tem 14 mil detentos e abriga cinco dos seis presídios do DF: Feminino, penitenciárias I e II, Centro de Detenção Provisória e Centro de Internação e Reeducação.
Entre os presidiários estão o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato e o ex-deputado Natan Donadon.
G1