Olho vivo! Não nos leve a mal, mas nem tudo foi o carnaval
Acabado o período carnavalesco, eis que chega a hora de se fazer um balanço sobre as razões e as emoções. Afinal, foi um momento atopetado de episódios horríveis, cujas ocorrências advêm no nosso dia a dia, e em qualquer parte deste país.
As pessoas estão entupidas de dificuldades, incididas de todas as arestas possíveis; comoção com a política de corrupção, desilusões amorosas, infidelidades, a falta de dinheiro, falta de emprego, etc. E há também o desacerto social do cotidiano de alguns, principalmente, daqueles envolvidos com drogas, pequenos furtos, e assaltos.
Há um adágio popular; “fulano não pode beber que procura fazer confusão”.
Pois bem; em uma sociedade aonde o carnaval é tido como um reinado caótico, onde todos devem valer-se de sexo, da bebida, e da desordem, advimos a ter, então, o gatilho da bestialidade. Dependendo das nossas emoções, é só apertarmos. E, como decorrência deste desfecho, surgem os crimes atrozes nas ruas, nos bares, ou em qualquer calçadão. Brotam também os estupros, a falta de consideração ao próximo, e a provocação passa a ser sempre através de um duelo, ounde se define quem passa a ter o direito de vida ou de morte.
A dúvida que não quer calar: até que ponto pode se culpar o carnaval por algumas barbáries?
Vamos tentar ser claro; a criança que foi arrancar um caju numa propriedade em Igaci, e foi assassinada; – Ela só foi lá porque era um dia de carnaval, ou teria ido catar o seu caju em qualquer outra ocasião?, também seria executada?
Da mesma forma, deve-se procurar pensar como era a afinidade entre os dois vizinhos que declararam guerra entre si, por causa do som alto, no culminou na morte de um deles. O fato poderia ocorrer num churrasco, ou durante a comemoração por uma vitória do CSE. Mas, o carnaval chegou primeiro, que os outros banais motivos.
E o cunhado que assassinou o cunhado em Quebrangulo, cuja rixa era antiga, só houve o desfecho porque era carnaval?
Vale pensar também, no crime do Cabo, lotado em Delmiro Gouveia, mas que foi fuzilado em São Luis do Quitunde, cujo militar já estava afastado da instituição, devido ao seu comportamento indisciplinar.
Ousamos afirmar que os crimes ocorridos entre a última sexta-feira, (05), até à noite desta terça-feira, (09), pelo menos na nossa região, não foram consequências do que chamamos de Carnaval.
Alguns imprevistos com motos e carros, foram produtos do hábito ao álcool e às drogas, por falta de uma boa política de educação apropriada, aliada àìo falta de uma censura austera quando do descumprimento dos princípios. Até parece que as leis são inventadas para serem desobedecidas.
Para nós que fazemos jornalismo e seguimos os boletins de acontecimentos apurados pela Polícia Militar e Civil, em especial, daqui de Palmeira dos Índios, não afirmamos com a certeza, de que houve um acréscimo da violência durante o período de carnaval. Até porque, não tivemos carnaval.
Em qualquer lugar do mundo, até mesmo, em festas religiosas, sempre no meio da aglomeração tem um idiota, geneticamente violento, com ideias psicopatas.
“A solução para a questão da violência no Brasil envolve os mais diversos setores da sociedade, não só a segurança pública e um judiciário eficiente, mas também demanda com urgência, profundidade e extensão a melhoria do sistema educacional, saúde, habitacional, oportunidades de emprego, dentre outros fatores. Requer principalmente uma grande mudança nas políticas públicas e uma participação maior da sociedade nas discussões e soluções desse problema de abrangência nacional.”
A brutalidade está em casa, no trabalho, nas avenidas, e também, mas não necessariamente, em todos carnaval.
Da Redação