Brasileiro brilha na Escócia e sonha jogar no Brasil
Nascido em Alegrete, interior do Rio Grande do Sul, o zagueiro Lucas Tagliapietra, de 25 anos, é um dos poucos brasileiros jogando futebol na Escócia atualmente. Revelado pelo Inter de Santa Maria, no interior gaúcho, o defensor tem sido umas das grandes figuras do Hamilton, que ocupa a zona intermediária na tabela de classificação da primeira divisão do Campeonato Escocês. Apesar do time do brasileiro não ter grandes pretensões na liga escocesa, Lucas tem feito sucesso, tendo entrado recentemente por duas semanas consecutivas na seleção da rodada da competição.
– Entrar na seleção da rodada, estar entre os melhores da semana é algo especial, um reconhecimento ao nosso trabalho. Não é uma coisa fácil de ser alcançada, pois a Liga aqui é muito equilibrada. Entrei na seleção do campeonato por duas semanas de forma consecutiva, o que me deixou muito feliz. É algo motivador para mim e que me feito trabalhar em busca de evoluir ainda mais – disse Lucas, ao LANCE!.
Hamilton é uma cidade pacata da Escócia, com pouco mais de 50 mil habitantes, ficando nas proximidades de Glasgow. Apesar de ser um clube pequeno, Lucas afirma que a chegada dele ao clube o fez crescer muito. Ele conta que se adaptou logo ao país, conseguindo rapidamente a condição de titular na equipe.
– Aqui trabalhamos com um alto nível de profissionalismo. Os clubes aqui têm parcerias com clubes da Inglaterra e tentamos crescer sempre. Quando se chega a um novo país, é natural que você necessite de um período para se adaptar às pessoas, ao sistema de jogo e tudo que o cerca. Porém, é preciso estar aberto para aprender e receber novos conhecimentos e evoluir. Aqui, as pessoas são reservadas em relação aos estrangeiros, mas me dou super bem com todos no clube e tenho boas amizades. Temos uma torcida apaixonada, que me dá muito apoio e respeito também – disse o zagueiro, que marcou quatro gols na temporada.
No Brasil, além do Inter de Santa Maria, Lucas defendeu o Juventude, de Caxias do Sul, e o Santa Cruz, também do interior do Rio Grande do Sul. Gauchão de 2011, partiu para a primeira experiência internacional da carreira, acertando transferência para o Pegasus, de Hong Kong. O zagueiro conta que na Ásia, o forte calor, a falta de domínio do idioma inglês e a comida foram as maiores dificuldades dele. Após uma temporada, seguiu para a Moldávia, ex-República Soviética. Lá defendeu o Dacia Chisinau e o Milsami Orhei.
FUTURO
O contrato de Lucas com o Hamilton vai até o fim desta temporada. O zagueiro, de 1,94m, conta que tem proposta para permanecer no clube escocês, porém, ainda não definiu qual o destino para a próxima temporada.
– O pessoal aqui me procurou para conversar sobre a renovação, mas preferi adiar. Estamos no fim da temporada e não quero pensar nisso agora. É um momento importante na minha carreira e tenho de pensar bem para tomar uma decisão – afirmou.
Lucas segue o caminho de muitos jogadores que deixam o Brasil ainda jovens, sem terem atingido uma maturidade e que se tornam conhecidos aqui quando brilham no exterior. Apesar de desejar jogar um grande clube da Europa, o zagueiro afirma que sonha atuar em um clube brasileiro e ter seu trabalho reconhecido perto de casa.
– Aparecem muitas sondagens, mas nunca sabemos. Não tenho uma preferência sobre um país em que eu pudesse jogar. Mas quero jogar no Brasil.
Na atual temporada, o Hamilton ocupa a nona posição na tabela de classificação da Liga Escocesa. Lucas conta que o time começou bem a temporada, mas sofreu com muitas lesões, o que interferiu no desempenho da equipe. Agora, o brasileiro diz querer terminar bem a caminhada e depois pensar no futuro.
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