Cientistas querem cancelar Olimpíadas por causa da zika
O alto número de contaminação pelo vírus zika pode comprometer os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. No início dessa semana, os cientistas norte-americanos Arthur Caplan e Lee Igel publicaram uma coluna na revista Forbes pedindo o cancelamento dos jogos. Segundo eles, a realização das Olimpíadas seria um ato de “irresponsabilidade”.
“Quem vai ao Rio no meio dessa epidemia do zika vírus? Não as mulheres jovens, que podem engravidar e correr o risco de ter um bebê com deficiência. Não um homem com uma vida sexual ativa, que pode correr o risco de transmitir a doença para sua parceira. Talvez apenas os atletas, técnicos e outros membros das delegações dos países irão viajar ao Rio”, escrevem.
Caplan é chefe da divisão de ética médica no Centro Médico de Langone, na Universidade de Nova York. Já Igel é professor da mesma universidade e um pesquisador especializado em tomada de decisões e comportamento no trabalho em negócios do esporte.
O artigo também cita que os atletas vão querer participar da Olimpíada de qualquer jeito, mas o Comitê Olímpico Internacional (COI) não deveria permitir, e sim “colocar a segurança em primeiro lugar”. “A imprensa só vai noticiar sobre mosquitos e deficiências de nascimento”, previu o texto. Os autores encerram dizendo que o COI precisa adiar os Jogos ou cancelá-los por completo diante de uma “séria ameaça à humanidade”.
Na segunda (1º), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a microcefalia como uma emergência internacional e recomendou que os governos de todo o mundo adotem uma política de vigilância máxima.
O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse que não há a possibilidade de cancelarem as Olimpíadas do Rio em agosto devido à gravidade do problema. “A mobilização não é por conta das Olimpíadas. É por conta de um problema grave de saúde pública”, enfatizou.
Jordana Cury
com informações do Jornal de Brasília e do Uol