Hospital improvisa garrafa no lugar de máscara de oxigênio e bebê morre

201601311253441Uma recém-nascida morreu 10 horas após o parto no hospital de Jutaí, 751 Km de Manaus. Sem máscaras de oxigênio, a unidade hospitalar improvisou garrafas PET na internação da criança e do irmão gêmeo, que nasceram com problemas respiratórios. O menino teve alta neste domingo (31), mesmo tendo nascido com 7 meses de gestação. A Secretaria de Saúde do Amazonas (Susam) investiga o caso.

Ao G1, a tia das crianças disse que os bebês nasceram em parto normal por volta de 1h do dia 28 e que a menina morreu às 11h. Segundo Rayssa Neres, a família foi comunicada que o hospital não possui incubadora e que estava sem máscaras de oxigênio. “O médico cortou a garrafa e colocou nos bebês, porque não tinha aparelho nem nada. Ele não tem culpa. Tentou ajudar”, diz a tia.

Rayssa diz que as ‘máscaras de PET’ chegaram a melhorar a respiração dos bebês, mas a improvisação rendeu machucados aos gêmeos. “Machucou os pescoços deles. Ficou roxo e o médico precisou afrouxar. Outro problema foi que havia apenas um [cilindro] de oxigênio para as duas crianças. Isso nos preocupou”, comenta.

Após a morte da recém-nascida, o irmão dela continuou internado com a garrafa como máscara. Neste domingo, ele recebeu alta. No entanto, o fato de Gabriel – nome dado à criança – ter sido liberado após nascer de forma prematura tem deixado a família em alerta. “O médico disse que ele está bem e deu alta, porque o hospital não tem incubadora. Mas estamos preocupados, porque ele nasceu meses antes do previsto. Queremos que ele vá para Manaus, para poder receber acompanhamento”, afirma a tia.

20160131125439Nesta segunda (1), será enviada ao município uma equipe da Secretaria-Adjunta de Atenção Especializada do Interior para investigar o caso e adotará as medidas cabíveis.

Acionada neste final de semana pela Susam, a direção do hospital informou que os gêmeos nasceram prematuros e que a menina tinha um quadro pulmonar mais debilitado. Mesmo tendo sido submetida aos mesmos procedimentos que o irmão (que já recebeu alta do hospital), não resistiu devido ao quadro de infecção respiratória aguda de etiologia alveolar, ocasionada por síndrome de membrana hialina, principal complicação de prematuridade.

A direção destacou que a falta da máscara de venturi – que não estava disponível na unidade e que foi substituída pelo material improvisado de garrafa pet – não teria contribuído para o óbito do bebê.

G1

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