CSE; a “dança” da equipe e o túnel do tempo
É comum no futebol brasileiro o artifício de trocar o técnico de uma coletividade a cada derrota suportada, como se o adversário não tivesse o direito à vitória.
A vida de um profissional de futebol é sofrida e apinhada de impedimentos.
Assim como Arquimedes desafiou, “dá-me uma alavanca e um ponto de apoio que moverei o mundo”, dai a um técnico; atleta de nível, condições igualitárias e econômicas adequadas, que ele poderá não mover o mundo, mas, tornar-se capaz de transformar os malignos períodos em belas vitórias, anseio da galera e da direção da associação.
“E o que é um técnico de futebol? É aquele que tem o papel de exercer a maior influência no time, ou equipe. É responsável pela formação tática, organizar, mudar, transformar, dar uma nova direção, e o principal formador de vencedores.”
Acertado que no papel tudo é formoso! E na prática? O técnico tem a incondicional liberdade para recomendar, ou arranjar contratações, bem como, formar a escalação sem palpites de diretores? Estes profissionais estão inseridos na conjuntura social da cidade como cidadãos, ou como meros estrangeiros que partirão ao agoniar a próxima derrota?
É preciso que se dê um tempo a estes profissionais, para que advenham a ter apego à cidade. Que formem família, e incidam em defender o time como altivez da sua região, e não, por infelizes trocados que é pago a um avarento deste, dando-lhe tão somente, o direito de dormir num beliche, nutrindo nas noites o marasmo do isolamento familiar e da sociedade em geral.
Uma pesquisa indica que o Brasil é o país que mais troca rapidamente de técnicos. Triste verdade! Porém, o troca-troca de técnicos e jogadores a cada duas ou três derrotas, chega a ser uma política miserável e desumana, o que faz com que a equipe continue cheia de aflição, porque a cada vaivém, não se sabe a resposta do conjunto às novas doutrinas do novo técnico que acabara de chegar. É o mesmo que trocarem o professor de uma turma de alfabetização a cada três meses. Certifiquem-se de conferir a folha de notas da turma no final do ano, e arrisquem compreender porque nenhuma pessoa aprendeu a ler.
Se o resultado não está vindo, cada um tem uma quantia de responsabilidade. A culpabilidade é do técnico ou de um conjunto de circunstâncias?
As melhores equipes formadas pelo CSE foram compostas por atletas que chegaram à cidade e foram inclusos socialmente, ou que já conviviam com seus familiares em Palmeira dos Índios. Este fator continuamente agradou ao torcedor, e os resultados foram admiráveis.
Mesmo que o conjunto não saia vitorioso o admirável é sair com a confiança de que todos fizeram o máximo possível para obter a meta, a exemplo do jogo contra o Penedense, quando apesar da derrota, todos sentiram a força da equipe.
Que os soberanos diretores do CSE, improvisem métodos para humanizar a equipe, se apoiando em uma política de motivação, que com irrestrita confiança bons resultados virão. Contudo, uma semente implantada, quer seja no Agreste ou no Sertão, não germina assim, com tanta rapidez esperada.
Túnel do tempo:
Em outubro de 2015, completou 48 anos a maior goleada da história do CSE de Palmeira dos Índios sobre o ASA de Arapiraca: CSE 7 x 1 ASA.
O jogo histórico, que até hoje é motivo de gozação, aconteceu no dia 10 de outubro de 1967, em Palmeira dos Índios, válido pelo campeonato alagoano de futebol.
CSE x ASA fazem o famoso “Clássico do interior”, assim chamado devido a gigantesca rivalidade que existia entre as duas cidades interioranas, enquanto que CSA x CRB disputam o “Clássico das multidões”, por serem os maiores clubes e donos das maiores torcidas de Alagoas.
Naquele dia, as equipes, dois verdadeiros timaços, jogaram assim:
CSE: Pompeia; Deda, Dija, Givaldo e Zé Leite; Pivete e Zé Pequeno; Roberval, Deo, Saci e Cabeludo.
ASA: Cocorote (Dízio); Sóstenes, Dida, Joãozinho e Hélio; Massagana, Sabará e João Carlos; Panquela, Zito e Fernando Leite.
Na foto abaixo uma formação do CSE da época, não exatamente a deste jogo.
O goleiro Zé Luiz, se transferiu para o CSA e depois para o Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, onde jogou por alguns anos.
Na história do nosso glorioso CSE, alguém ainda deve lembrar-se de Tonheiro, Maninho, Baiano, Louro, Waldemar Santana, “Luiz Xinxinha”, Pantera, Dé, Manfredo, Cícero, Dirceu, e tantos outros.
Uma fórmula que deu certo porque à época não existia este rodízio de técnicos e atletas. Havia inclusão social, no que se transformou em amor à terra dos Xucurus.
“Não é a vontade de vencer que importa – todo mundo tem isso. O que importa é a vontade de se preparar para vencer.”
Da Redação
pouco sei de quem muito a minha vida toda ouvi falar sobre “Luís xinxinha” gostaria de ver fotos dele .meu querido pai