Brasil piora em ranking da corrupção

O Brasil caiu sete posições e amargou sua pior colocação desde 2008 no ranking sobre a percepção da corrupção de 2015 produzido pela ONG (organização não governamental) Transparência Internacional e divulgado nesta quarta-feira (27). Em 2014, o Brasil estava na 69ª posição. Em 2015, no entanto, o Brasil apareceu na 76ª colocação, a maior queda entre todos os 168 países pesquisados. Segundo a entidade, o escândalo da Lava Jato foi um dos principais responsáveis pela queda do Brasil no ranking.

marcelo-odebrecht-presidente-de-odebrecht-escoltado-pela-policia-1438856622834_615x300A Transparência Internacional produz o ranking da corrupção desde 2001. Segundo a ONG, a lista é uma ferramenta para avaliar como executivos e integrantes de instituições internacionais avaliam o grau de transparência dos países.

Em 2015, a pesquisa foi realizada a partir de entrevistas com integrantes de 12 instituições como o Banco Mundial, Fórum Econômico Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento. Entre as perguntas feitas aos entrevistados estavam questões como: “em que medida ocupantes de cargos públicos são impedidos de abusar de seus postos?” e “em que medida ocupantes de cargos públicos que abusaram de seus cargos foram processados ou punidos?”.

As notas dadas aos países vão de 0 a 100. Quanto maior a nota, mais transparente é o país. Em 2014, o Brasil tinha nota 43. Em 2015, porém, a nota do Brasil foi de 38 pontos. A Dinamarca, considerado o país mais transparente segundo a classificação, tem nota 91. A Somália, pior do ranking, tem nota 8.

De acordo com o diretor para as Américas da Transparência Internacional, Alejandro Salas, a Operação Lava Jato foi fundamental para a redução da nota do Brasil. “Infelizmente, o resultado do Brasil não é uma surpresa. Entre 2014 e 2015, o principal tópico no Brasil foi a corrupção, particularmente ligada à Petrobras. A investigação revelou uma rede de corrupção que não é nova, mas que só agora chegou ao conhecimento das pessoas”, afirmou Salas.

Para Salas, apesar de as investigações contra empresários e políticos feitas pela Operação Lava Jato serem um sinal de que o país funciona “como uma democracia mais ou menos consolidada”, as prisões e os julgamentos feitos até agora não são suficientes.

O diretor lamenta que as medidas anticorrupção anunciadas pela então candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) nas eleições de 2014 e que foram enviadas ao Congresso Nacional em março de 2015 ainda não tenham sido implementadas.

“A agenda anticorrupção apresentada pela presidente Dilma acabou sendo aprisionada no mundo político. Todas essas negociações políticas estão paralisando esse processo. Os parlamentares brasileiros não estão mostrando maturidade nem que se importam com o que é importante para o país”, afirmou Salas.

UOL

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