Barragem em Mariana tinha mais lama que o divulgado pela Samarco

O reservatório de Fundão (MG), que desabou em novembro na cidade de Mariana, tinha mais lama depositada pela Samarco do que o que foi divulgado pela empresa, de acordo com o depoimento prestado pelo engenheiro que projetou o reservatório, Joaquim Pimenta de Ávila, à Polícia Federal, em dezembro.

Segundo o engenheiro, uma quantidade maior de lama do que a prevista poderia comprometer a solidez da barragem, segundo a Folha de S. Paulo. “A Samarco informava que a proporção de lama para rejeito arenoso era 30% de lama para 70% de arenoso, mas, na prática, sempre foi 40% de lama para 60% de arenoso”, diz trecho do documento obtido pelo jornal.

Relatórios da Samarco apontam que, no período entre 2009 e 2013, a empresa produziu uma média de 15,8 toneladas de rejeito por ano no reservatório de Fundão. Desta quantidade, 26% eram lama e 74% rejeito arenoso, em média, segundo a Folha. Barragens como a de Mariana, construída com o próprio material do rejeito, precisam ter seu nível de água controlado, “pois senão começam a aparecer situações de risco”, disse Ávila à PF.

 

MSN

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