Ferimento de ferrão de bagre dói mais que parto, diz mulher atingida
Os acidentes com peixes da espécie bagre, ocorridos no litoral paulista nas últimas semanas, têm assustado banhistas de todo o Brasil e levantado uma série de dúvidas. Afinal, os bagres atacam? É melhor deixar de frenquentar as praias? Há como prevenir acidentes desta natureza? Uma vez ocorrido o acidente, o que fazer?
Especialistas ouvidos pelo programa “Fantástico”, da Rede Globo, abordaram alguns destes aspectos. Segundo eles, há oito espécies de bagre no litoral nacional. São peixes que não têm escamas, vivem em mares e rios, medem 30 centímetros em média e possuem três ferrões – um em cada lateral e outro acima da cabeça – utilizados contra predadores, não para atacar humanos.
O biólogo Alex Ribeiro disse afirma que a maior parte dos acidentes em Itanhaém (SP) ocorreram perto de locais onde rios se encontram com o mar. “O bagre chega próximo à costa por descarte de pescadores, por redes de arrasto. Eles já chegam boiando, mortos”, explicou.
Uma das vítimas em Itanhaém não percebeu um bagre morto na areia, esticou a canga e deitou bem em cima de um dos ferrões do peixe. Em Santos, no último sábado (16), um banhista caminhava à beira-mar e não viu a metade do corpo de um bagre morto na areia – pisou em cima e teve o ferrão cravado na sola do pé.
O QUE FAZER
A dor que se sucede à entrada de um ferrão de bagre no corpo humano pode durar 24 horas. Ela ocorre em função do veneno do ferrão, que não é mortal. “Eu tive cinco filhos de parto normal, lembro da dor, mas essa dor (do ferrão do bagre) é maior, é insuportável”, disse a auxiliar de creche Aparecida Dias, já ferida.
Quando uma pessoa sofre o acidente, ela nunca deve tentar tirar o ferrão sozinha, pois ele é cerrilhado e pode causar ainda mais danos. É necessário que a pessoa se dirija ao hospital mais próximo. Enquanto isso, se possível, o local afetado pode ser colocado em uma bacia com água quente para que a dor seja amenizada.
“Esta é a época comum de acidentes envolvendo bagres porque as praias e os rios estão inundados de pessoas. Mas eles não atacam. As pessoas não têm de deixar de ir à praia. A conscientização tem que vir dos pescadores para que não descartem os peixes na areia”, finaliza Alex Ribeiro.