Fernando Baiano e Bumlai ficam frente a frente em acareação na PF
O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, e o pecuarista José Carlos Bumlai participam de uma acareação na Polícia Federal (PF), em Curitiba, nesta quinta-feira (14). O encontro deve ocorrer às 14h, conforme a corporação. Os dois foram presos pela Operação Lava Jato, que investiga em esquema bilionário de desvio de dinheiro na Petrobras.
O objetivo é esclarecer um suposto repasse do lobista ao empresário, no valor de R$ 2 milhões. Segundo Baiano, o dinheiro seria para o pagamento de dívidas da nora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Fernando Baiano
Baiano fez a afirmação no acordo de delação premiada que firmou com o Ministério Público Federal (MPF). Em troca dessa e de várias outras informações, ele deixou a cadeia, em novembro de 2015, para cumprir regime domiciliar, no Rio de Janeiro, após um ano de prisão.
O lobista foi detido na 7ª fase da Lava Jato, em novembro de 2014, e é apontado pelos procuradores como operador de propina do esquema de desvios da Petrobras para políticos ligados ao PMDB. Ele já foi condenados em ações penais oriundas da operação por crimes como corrupçãoe lavagem de dinheiro e ainda responde a outros processos.
José Carlos Bumlai
Bumlai foi preso em novembro do ano passado, na 21ª fase da Lava Jato. Desde então, está detido na carceragem da PF, na capital paranaense. Ele reponde pelos crimes de corrupção passiva, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro.
O pecuarista é acusado de ter ajudado uma empresa do Grupo Schahin a fechar um negócio bilionário com a Petrobras, para o aluguel de navios-sonda. Em troca, o grupo emprestou R$ 12 milhões ao empresário, que nunca foram pagos, segundo o MPF. O valor da propina teria sido repassado ao Partido dos Trabalhadores (PT).
Bumlai reconheceu em depoimento a fraude em favor da Schain, mas negou que o ex-presidente tivesse conhecimento do caso. Antes da prisão, o pecuarista também negou, em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo” que tenha feito pedido de dinheiro a Baiano para entregar nora do ex-presidente.
R$ 2 milhões
Na delação, Baiano diz que os R$ 2 milhões eram referentes a uma comissão a que Bumlai teria direito por incluir Lula em uma negociação para um contrato. Fernando Baiano era representante da empresa OSX, que tinha interesse em entrar na licitação para a construção de navios sonda para explorar o pré-sal.
A Polícia Federal pretende esclarecer as circunstâncias do suposto repasse. Caso se comprove que Baiano possa ter mentido, o lobista fica sujeito a perder os benefícios do acordo de delação. Se os policiais entenderem que a denúncia tem fundamento, pode indiciar Bumlai por esse caso. Nesse caso, o MPF pode decidir posteriormente por apresentar uma denúncia contra o pecuarista pelos eventuais crimes.