Mineirinho desembarca no Brasil para saborear fama perseguida há dez anos
Será o retorno ao Brasil mais importante da vida de Adriano de Souza. Após 13 anos viajando pelo mundo para competir e surfar as melhores ondas possíveis , Mineirinhodesembarcará na manhã desta terça-feira, em São Paulo, como campeão mundial de surfe. Apesar de ser considerado o mais brilhante surfista brasileiro até o aparecimento do fenômeno Gabriel Medina, o paulista de 28 anos jamais foi tão reconhecido e valorizado pelo público brasileiro, mesmo tendo fechado três temporadas entre os top 5 do ranking e outras três entre os top 10 antes levantar o histórico caneco. Mas a comoção gerada com a gloriosa conquista da última quarta-feira, em Pipeline, no Havaí, tem tudo para mudar essa história. De origem humilde, bom moço, batalhador e muito profissional, Adriano tem tudo para cativar de ver seu espaço no coração dos fãs e ficar cada vez mais popular no Brasil. O melhor surfista do planeta em 2015 está um pouco receoso, mas assegura estar pronto. Ele inclusive convocou a torcida do Corinthians, seu clube do coração, para comparecer ao seu desembarque.
– É difícil expressar o que vai acontecer. Sempre lutei por isso, quis ser mais reconhecido pelo meu trabalho durante todos esses vários anos de batalha no Circuito Mundial, e agora veio o título mundial. Fico feliz, porque vi que tem muita gente que torceu muito por mim e quer me ver. Vou tentar continuar tranquilo, na minha, como eu sempre fui – disse Mineirinho, que embarcou, em Honolulu, no Havaí, na madrugada de domingo para segunda-feira, no horário de Brasília, para a longa viagem rumo ao Brasil.
Ao chegar no aeroporto de Cumbica, Adriano não sabe se encontrará os pais, aDONA DE CASALuzimar e o estivador Jonas, bem como o irmão Ângelo, que lhe presenteou com sua primeira prancha, mesmo sendo pesado para o modesto orçamento gastar R$ 30. Eles deverão esperar pela estrela do clã no Guarujá, no litoral sul de São Paulo, onde Mineirinho nasceu e cresceu na favela Santo Antônio, e agora será homenageado com um desfilará em carro aberto, no fim da tarde desta terça-feira. Ao longo dos 40 dias em que ficou no Havaí, o campeão do mundo preferiu evitar o contato intenso com seus parentes para que possíveis problemas familiares no Guarujá não tirassem seu foco. Agora, o que ele mais quer é matar a saudade e cair nos braços dos seus.
– Eu só falava com eles um pouco para não ficar com muita saudade e me focar nos treinos e no campeonato. Eu não queria saber de nada que pudesse me abalar. Mas agora que acabou tudo eu posso falar com eles quantas vezes for. Hoje, eu não moro no Guarujá, eu moro em Florianópolis. Então no pouco tempo que eu fico no Brasil, eu vou para Florianópolis, o que aumenta minha saudade dos meus pais, do meu irmão e outros parentes.
Fonte: globo.com