AGORA: Comerciante foi assassinado por várias mãos, diz promotor
Redação: Carlos Alberto Jr.
Fotos: Paulo Tourinho
Especial para Estadão Alagoas
Durante a fase de debates no julgamento do ex-policial militar Manoel de Lima, em Palmeira dos Índios, o promotor Fábio Vasconcelos alegou que o comerciante José Cardoso de Albuquerque foi fuzilado por várias mãos.
Ele foi enfático ao afirmar que a vítima foi morta a mando do falecido delegado Ricardo Lessa e seus comparsas que integravam a Gangue Fardada, composta por policiais militar e civil. Ele, no entanto, não especificou o real motivo do assassinato, já que não acredita no envolvimento da vítima com algum tipo de crime.
Segundo ele, a fama do delegado era conhecida por todos. “Ele era um psicopata, um doente. Todos sabem que só ficava na polícia quem estava ao lado dele nos crimes e quem não aceitava, morria”, frisou.
O promotor disse que, em 20 anos de atuação na Justiça, nunca teve tanta certeza de que o delegado teve participação ativa no crime praticado em 1989, juntamente com o ex-soldado militar Manoel de Lima. “Não costumo chutar cachorro morto. Ele não lucrou nada com esses crimes”, argumentou, ao reforçar sua tese perante o júri.
Para ele, ainda durante sua fala na fase de debates, o roubo de cargas foi factoide criado pelos envolvidos para desviar o foco das investigações. “Não tenho dúvidas de que ele será condenado pelo júri”, ponderou.
A previsão é de o julgamento termine até oito horas da noite.