AGORA: “Sou inocente”, diz acusado de assassinar comerciante José Cardoso
Redação: Carlos Alberto Jr.
Fotos: Paulo Tourinho
Especial para Estadão Alagoas
O acusado de assassinar o comerciante, José Cardoso de Albuquerque em 1989, o ex-soldado militar Manoel Bernardo de Lima Filho, negou a autoria do crime e entrou em diversas contradições diante do júri na tarde desta quarta-feira, em Palmeira dos Índios.
De acordo com o réu, ele é perseguido pela Justiça, pois, no dia do crime, ocorrido na cidade de Palmeira dos Índios, em 27 de setembro 1989, ele participava de uma investigação criminal sobre roubo de gado. “Eu apenas dirigia a viatura, quando entrou em luta corporal com ele [a vítima]. Não tinha intenção de matar ninguém. Estava trabalhando e seguia ordens”, frisou o ex-militar.
A acusação é feita pelo promotor Fábio Vasconcelos, com assistência do advogado Thiago Pinheiro. Indagado sobre a personalidade do delegado Ricardo Lessa, com quem trabalhou por sete meses, o acusado disse jamais ter presenciado nenhum ato violento da autoridade. O delegado, após investigações da Polícia e do Ministério público, foi acusado de pertencer à chamada Gangue Fardada, quadrilha composta por policiais e acusada de diversos crimes em Alagoas principalmente nas décadas de 1980 e 1990.
Ainda em seu depoimento, Manoel de Lima, frisou à juíza Luana Freitas que nunca chamou o pai do cantor Geraldo Cardoso de ladrão, apesar, segundo ele, de haver suspeitas do envolvimento da vítima com esse tipo de crime. “Não vitimei o pai do senhor Geraldo Cardoso. Sou pai de família e, se estivesse no lugar deles, também lutaria por justiça”, defendeu-se.
O ex-militar também negou qualquer ameaça feita. “Sou inocente. Nunca fiz ameaças a ele [Geraldo Cardoso], nem a ninguém da família. Não tenho nada contra eles”, disse.
O julgamento entrou na fase de debates entre os advogados de defesa e acusação, etapa que deve perdurar por até três horas.
Manoel Bernardo de Lima Filho será o único acusado a sentar no banco dos réus, devido às mortes de outros envolvidos no crime, entre eles o delegado Ricardo Lessa. O ex-policial foi preso em 30 de outubro de 2008, em São Paulo, após longo tempo foragido e próximo da prescrição do crime. Desde então está preso em Maceió, aguardando o julgamento.
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