PC possivelmente aponta culpados pela morte de blogueiro em coletiva realizada hoje (11)
Da Redação
A Polícia Civil de Alagoas concede entrevista coletiva à imprensa, às 14h30, sobre a morte do blogueiro Antonio Victor Lopes, 24 anos, ocorrido no dia 25 de outubro, na cidade do Pilar.
A entrevista será conduzida pelo delegado Ronilson Medeiros, na sede da Deic (Divisão Especial de Investigação e Capturas), no bairro Santa Amélia.
Na coletiva, espera-se que os verdadeiros culpados sejam apontados pela Secretaria de Segurança Publica.
O corpo do blogueiro foi encontrado às margens da Lagoa Mundaú no dia 23 de outubro. Segundo o Instituto Médico Legal (IML), ele apresentava marcas de golpes de faca, tendo sido atingido também por um tijolo na região da cabeça, já no momento em que estava desacordado.
A primeira hipótese levantada seria a de que Victor foi vítima de crime político, por possuir uma página no Facebook e um blog no qual denunciava prefeitos e vereadores do município, mas foi prontamente descartada pelas autoridades policiais.
Informar, formar e desvendar muitos, e às vezes “intocáveis” mistérios, é um dos múltiplos papéis que a Imprensa exerce e, com isso, contribui, de maneira eficaz e também arriscada, para que exista uma sociedade justa, construtiva e conhecedora de seus problemas e possíveis soluções.
Afronta
O assassinato do blogueiro Antônio Victor Lopes, foi uma afronta à Liberdade de Imprensa no estado de Alagoas, tida nacionalmente como o celeiro dos grandes “coronéis”.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado segue uma linha de investigações sobre o assassinato do comunicador de que o mesmo teria sido atraído para um suposto encontro amoroso.
As autoridades devem garantir que a investigação foi realizada de forma célere e independente. A investigação deve levar em consideração especificamente a possibilidade de que Victor Melo foi morto em retaliação ao seu trabalho.
O maior combustível para crimes contra jornalistas e comunicadores em geral é a impossibilidade que alguns setores da sociedade tem de conviver com a atividade jornalística, como a crítica ou a divulgação de interesses escusos, somada à “certeza” da impunidade.
Esse “combustível” fez crescer principalmente o número de crimes encomendados, como assassinatos e, em sua maioria, contra profissionais que cobrem política. O que permite isso, de alguma maneira, é a inércia do Estado. O Estado de Alagoas precisa reagir à altura do problema.
O mal não está na política em si mesma, mas “numa política privada que não dá conta da sua tarefa que é produzir o bem público”.
“As pessoas” continuam matando porque se sentem legitimadas e sabem da impunidade.
Mesmo diante dos fatos, essas anomalias continuam sendo perseguidas, embora sem sucesso até agora.
Porém, a população está, graças a Deus, a cada dia mais esperta e, em contrapartida, mais sofrida, para entender que é questão de tempo, para acontecerem mobilizações populares nas ruas, dessa vez nem tão pacificamente, em nível nacional, estadual e, principalmente, municipal, que é de onde se iniciam as irregularidades. E negociatas.
Detalhes e apurações, em não sendo divulgados por esse quarto poder, o povo não teria conhecimento de quase nada.
A Secretaria de Segurança Pública, cabe assegurar que jornalistas, blogueiros, radialistas e comunicadores de um modo geral possam fazer o seu trabalho sem temerem por suas vidas.
Isso é o que o estado de Alagoas e todo País espera.
Esse tipo de fato deve ser mais um aditivo para que a Imprensa continue fazendo seu papel. Caso contrário, a luta do jovem blogueiro de nada serviria.
Essa é a nossa missão!