Chapada Diamantina só se recuperará de incêndios em 15 anos
Enquanto Minas Gerais e Espírito Santo lidam com os impactos do rompimento da barragem de Mariana, a vizinha Bahia enfrenta outra tragédia ambiental: as consequências de uma das piores séries de incêndios já registradas na Chapada Diamantina, um dos símbolos do Estado e onde nascem alguns dos principais rios que abastecem a população baiana.
Depois de um mês de chamas, as chuvas que começaram a cair na última quarta-feira finalmente acabaram com o fogo, de acordo com a Secretaria do Meio Ambiente da Bahia. Nesta sexta, não eram mais verificados focos de incêndio, afirmou à BBC Brasil o secretário Eugênio Spengler.
Não se trata, porém, de um desastre que chega ao fim com o apagar da última chama. Seus efeitos devem se prolongar por mais de uma década em um local onde caatinga, cerrado e mata atlântica se encontram.
“Se não passar fogo por ali (de novo), em 15 anos é que algumas áreas começarão a se recuperar”, diz o geógrafo Rogério Mucugê, coordenador de projetos da ONG Conservação Internacional na região, onde vive desde a década de 1990.
Segundo ele, esse é o prazo para que a mata ciliar, a área de floresta que protege os rios, esboce uma reação – os campos de cerrado se recuperam mais rápido. Em razão da diversidade, algumas espécies da fauna e da flora só existem ali.
Uma equipe da ONG, que estava na chapada para gravar um vídeo sobre um projeto ambiental que realiza na bacia do rio Paraguaçu, registrou o combate e o impacto dos incêndios, inclusive nos arredores de um dos símbolos da região, o Morro do Pai Inácio. Algumas dessas imagens acompanham essa reportagem.
Fonte: Terra