Vítima do massacre em Paris sobreviveu aos atentados de 11 de setembro
Uma das vítimas do massacre no teatro Bataclan, em Paris, também sobreviveu aos ataques terroristas no World Trade Center, em Nova York, em 11 de setembro de 2001. De acordo com o jornal britânico The Thelegraph, um americano de 36 anos foi baleado na perna quando três terroristas do Estado Islâmico mataram 89 pessoas.
Matthew, cujo sobrenome não foi divulgado, estava assistindo ao show dos californianos da banda Eagles of Death Metal quando os homens armados começaram a disparar contra a multidão.
Ele disse que reconheceu imediatamente o som de tiros e correu para a saída. “Talvez seja a minha cultura americana”, acrescentou. Matthew, que foi derrubado depois de ser atingido por uma bala, disse que ele conseguiu se arrastar para a saída cada vez que os assassinos paravam para recarregar as Kalashnikovs.
— Eles estabam a três ou quatro metros de distância e havia duas ou três pessoas em cima de mim. Eu avancei para frente centímetro por centímetro. Em um ponto, eu vi a porta da saída ao alcance do braço. Eu era capaz de segurá-lo com um dedo, depois o outro.
Quando conseguiu sair, Matthew desmaiou na calçada, onde Daniel Psenny, um jornalista Le Monde e outro homem vestido de preto o ajudaram.
— Eu estava me fingindo de morto. Quando eu senti alguém me arrastando pelos braços, eu nem sequer olhar para cima. Eu disse, ou pelo menos pensei, “Eu te amo, meu anjo”.
Essa foi a segunda fuga complicada de um ataque terrorista para o americano. Ele também precisou fugir para salvar a vida enquanto terroristas atiravam aviões contra as torres gêmeas no dia 9 de setembro.
Ele conta que estava indo em direção ao World Trade Center naquele dia para uma reunião de trabalho quando um avião da United Airlines atingiu uma das torres gémeas.
— Eu corri em toda a metade de Manhattan, mas o que eu passei no Bataclan foi de 1.000 vezes pior.
Psenny, que havia filmado de seu apartamento os frequentadores do Bataclan fugindo do local e a mulher grávida pendurada do lado de fora de uma janela do andar de cima do teatro, conseguiu arrastar Matthew, mas foi baleado no braço por um dos terroristas.
O norte-americano ficou tão chocado que ele levou duas horas para lembrar o número de sua mulher para lhe dizer que estava vivo. Ela iria acompanhá-lo no show, mas teve que ficar em casa porque não encontrou uma babá para seus dois filhos pequenos.
O jornalista disse que não se sente como um herói, acrescentando que agiu instintivamente.
— Eu tive o reflexo humano de não deixar alguém morrer na minha frente, mas foram as circunstâncias que permitiram que isso. Se eu tivesse estado sob fogo de metralhadora, eu sem dúvida não teria vindo para ajudá-lo.
Matthew, que se mudou para Paris com sua família em julho, disse que pode até considerar voltar para o Bataclan para mais um concerto, em algum momento no futuro.
Fonte: R7