‘Barbie do Crime’ acaba na delegacia após confusão por empréstimo

4Após dois meses em liberdade, a modelo Bruna Cristine Menezes de Castro, de 25 anos, condenada por aplicar golpes nas redes sociais, se envolveu em uma nova confusão e acabou em uma delegacia de Goiânia, na noite de terça-feira (17). Segundo a Polícia Civil, a jovem é suspeita de pegar um carro emprestado e não devolvê-lo. Apesar da acusação, a modelo não ficou presa, pois não houve registro de ocorrência na ocasião.

Nova advogada de Bruna, Amanda Alves informou ao G1 que vai registrar uma ocorrência na Delegacia da Mulher por ameaça, invasão de domicílio e injúria. Ela diz que as acusações contra a jovem são falsas e que vai apresentar provas que comprovam a inocência da modelo.

Bruna e um empresário de 30 anos foram encaminhados pela Polícia Militar para o 20º Distrito Policial depois que começaram a discutir e a obstruir a passagem de veículos no cruzamento das ruas T-12 com T-37, no Setor Bueno.

“Aqui chegando, a pessoa que se apropriou do veículo [Bruna] não quis descer nem representar contra ele por ameaça. Como não havia flagrante, porque a apropriação do veículo já havia acontecido, restava ao dono do carro fazer a ocorrência por apropriação indébita”, explicou o delegado que estava de plantão, Vicente César Gravina.

Como ela não ficaria presa, o empresário, que não quer ser identificado, optou por registrar a ocorrência contra Bruna nesta quarta-feira (18) na Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), que investiga outras denúncias contra a modelo.

Ao G1, o homem explicou que emprestou um Kia Cerato para a modelo à pedido do sócio dele, que começou a namorá-la depois que ela saiu da cadeia, no início de setembro.

“Eu não a conhecia, não tenho vínculo com ela. Meu sócio e amigo recentemente começou a ter um relacionamento com ela e ela disse que era outra pessoa, que se arrependeu de tudo que ocorreu. Para ajudá-la a tentar refazer a vida, ele alugou um apartamento por seis meses e me pediu um carro emprestado e eu emprestei”, contou o empresário.

No início da semana, o casal rompeu o relacionamento. Por isso, o sócio disse ao dono do carro que pegasse o veículo de volta. O homem entrou em contato com a modelo, que marcou de devolver o automóvel na porta do apartamento em que estava morando.

“Quando fui ao flat, ela já tinha pego todas as coisas dela e colocado dentro de outro carro. Na porta do prédio, tinha dois advogados, ela saiu do prédio e disse para eu seguir o carro do advogado dela, que eles iam me levar até onde o carro estava. Fomos seguindo eles e, quando chegamos no meio do trânsito, de repente, esse advogado empreendeu fuga”, conta o dono do automóvel.

Segundo o empresário, apesar da tentativa de fuga, ele deu a volta no quarteirão e conseguiu parar o carro dele na frente do que Bruna e o advogado estavam. Como ficaram sem saída, a confusão continuou no meio trânsito, o que os levou para a delegacia.

O empresário está indignado com a situação. “Sinto indignação por uma pessoa dessa estar solta na rua. Ela tinha que estar presa. Se ela quisesse devolver o carro, tinha devolvido”, lamenta o homem, que segue sem saber onde está o veículo que emprestou.

Prisão
Presa em 11 de agosto, Bruna deixou o presídio no dia 9 de setembro, quando foi condenada a prestar serviços comunitários e ao pagamento de multa de 10 salários mínimos por estelionato. No julgamento, a modelo confessou os crimes e disse que estava arrependida. A defesa recorreu da decisão da Justiça pedindo a absolvição da jovem, o que ainda não foi analisado.

Além dos casos julgados, Bruna é suspeita de aplicar outros golpes, que são investigados na Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon). Após a repercussão da prisão da modelo, o delegado Eduardo Prado informou que mais de 100 pessoas ligaram na delegacia se dizendo vítimas da jovem. No entanto, a maioria das denúncias não teve andamento.

“A maioria das pessoas não fez, efetivamente, uma ocorrência, pois às vezes acha que não vai dar em nada. Falta interesse das vitimas, que não vão à delegacia ou não mandam documentos”, explicou ao G1 o titular da Decon.

Golpes
Bruna é suspeita de aplicar outros golpes em clientes de vários estados. Segundo a Polícia Civil, a jovem mantinha perfis nas redes sociais de venda de produtos importados para aplicar os golpes. Após receber o pagamento dos itens, ela não entregava as encomendas, alegando problemas de saúde ou familiares.

Para que pudesse receber o dinheiro das falsas vendas, ela usou contas bancárias de cerca de dez pessoas, que tinham emprestado os dados a ela.

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