Whatsapp promove integração entre peritos e delegados e agiliza investigações

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O número de equipes de peritos criminais reduzido e a inexistência de alguns exames periciais geram problemas para a investigação de crimes em Alagoas que vêm sendo driblados, pelo menos em partes, por uma ferramenta tecnológica muito familiar na atualidade: o Whatsapp.

Um grupo de peritos e delegados de todo o estado, criado em dezembro do ano passado tem estreitado a relação entre essas duas categorias de profissionais, essenciais à elucidação de casos de homicídios, roubos, acidentes de trânsito com morte, entre outros atos de violência.

O resultado da utilização do aplicativo pode ser visto diariamente. Com a comunicação direta entre peritos e delegados, dúvidas acerca de laudos e inquéritos são esclarecidas sem a necessidade de envio de ofícios e de forma imediata, reduzindo a burocracia e agilizando a investigação.

Os tipos de exames realizados pela Perícia em Alagoas e a potencialidade dessas análises estão entre as questões que surgem no grupo. Hoje, antes de uma solicitação ao perito, o delegado faz a pergunta no Whatsapp e vê a viabilidade do que pretende requisitar.

O delegado Lucimério Campos, um dos integrantes do grupo, lembra um local de crime em que pediu ao perito que recolhesse uma lata de bebida para tentar identificar a presença de digitais. O delegado que recebeu o inquérito, com a informação sobre a coleta da lata, antes mesmo de receber o laudo, teve a possibilidade de questionar ao perito criminal se as digitais haviam sido localizadas.

Casos no interior

Outra situação em que o Whatsapp tem feito diferença são os locais de crime no interior do estado. Com a centralização da Perícia na Capital, o tempo de deslocamento da equipe para o interior pode durar horas.

Com o uso do aplicativo, o delegado responsável monitora a equipe de peritos, que informa quando está próxima. Com isso, o delegado pode dar continuidade a outras diligências e só se dirigir ao local quando tiver a confirmação da chegada da Perícia.

Além disso, a localização exata da ocorrência, que nem sempre é passada com precisão pelo Centro Integrado de Operações da Segurança Pública, pode ser enviada pelo aplicativo. “O ganho está principalmente na agilidade da informação, sobre a localização e o tipo de levantamento a ser feito no local”, explica o perito José Cavalcante, diretor do Instituto de Criminalística.

Na Capital, a logística funciona da mesma forma, quando há, por exemplo, mais de uma ocorrência em um curto espaço de tempo. Delegado e perito definem a ordem dos locais, evitam desencontros e garantem o trabalho integrado.

“O trabalho de investigação precisa de agilidade e essa ferramenta caiu como uma luva. É o trabalho técnico-científico aliado ao trabalho técnico-jurídico”, elogia Lucimério Campos.

As vantagens são destacadas também pelo presidente da Associação Alagoana de Peritos em Criminalística (AAPC), Paulo Rogério Ferreira. Para ele, a integração dos servidores minimiza algumas dificuldades enfrentadas pela categoria diariamente.

Sugestões e colaborações também são aceitas e bem-vindas no grupo. “Agora, ambos entendem as situações de cada instituição e procuram ajudar e resolver os problemas, e não só reclamar”, avalia José Cavalcante.

Nas conversas, só não é permitido sair do foco. Informações que não sejam relacionadas ao trabalho são proibidas. Quando uma mensagem nova surge no grupo, todos já sabem que é importante, o que agiliza a resposta.

 

Fonte: Assessoria

 

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