Máquinas são usadas em buscas por desaparecidos em Bento Rodrigues

catsUma força-tarefa formada por bombeiros de Belo Horizonte, Itabirito e Ouro Preto, além da Defesa Civil e Exército, retomou as buscas pelos desaparecidos em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, na Região Central de Minas Gerais, na manhã deste sábado (7).

O rompimento de duas barragens da mineradora Samarco destruiu 158 das 180 casas do vilarejo de Minas Gerais. Depois que a lama baixou, só 22 residências estavam de pé. Centenas de pessoas seguem desabrigadas no município, que tem 5 mil moradores. Uma morte foi confirmada e 13 funcionários da empresa estão desaparecidos. Mais de 500 pessoas já foram resgatadas.

Para a operação, trilhas e pontes precisam ser refeitas porque foram levadas pela enxurrada. O objetivo é alcançar as pessoas que continuam ilhadas. Grande parte da região desapareceu sob a lama.

O rompimento das barragens de Fundão e Santarém liberou 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos, que inundaram o distrito de Bento Rodrigues.

O prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS), disse que agora a prioridade é fazer uma lista com os moradores de Bento Rodrigues que sumiram. Uma delas é Emanuely, de cinco anos.

As máquinas utilizadas pelas equipes de busca também devem refazer o acesso por terra aos distritos atingidos de Barra Longa, cidade vizinha a Mariana.

Impacto ambiental
Para o prefeito de Rio Doce, o “desastre ecológico é ainda incalculável”. “Há milhares de peixes mortos, quilômetros de matas ciliares destruídos, lama fétida e outras tantas toneladas de madeira boiando”, disse Silvério da Luz.

Vítimas
A única morte já confirmada é de Claudio Fiuza, de 40 anos, empregado de uma empresa terceirizada da Samarco e que teve um mal súbito quando as barragens romperam.

Um corpo foi encontrado em Rio Doce, a 100 km das barragens, mas ainda não foi confirmado se é mais uma vítima do acidente.

Quatro feridos foram identificados, duas crianças e dois adultos. As crianças são Kaique Monteiro, de 2 anos, e Nicolas Webster, de 3. Os adultos foram identificados como Priscila Monteiro, cuja idade não foi divulgada, e Wesley Isabel, de 23 anos. Eles seriam moradores da região de Bento Rodrigues.

Mais de 200 pessoas da Guarda Municipal, dos bombeiros, das polícias Civil e Militar, da Defesa Civil e da mineradora trabalham nas buscas.

Coletiva
Na coletiva desta sexta, o diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, disse que entre os 13 desaparecidos, 12 são funcionários de empresas terceirizadas que trabalhavam na barragem de Fundão, que se rompeu por volta das 15h de quinta. Em seguida, a barragem de Santarém também cedeu.

Segundo Vescovi, há uma lista com os nomes dos desaparecidos, mas ela ainda não será divulgada. “Esta é a pior crise da nossa história”, afirmou. “Não avaliamos a extensão do prejuízo”. A empresa prometeu arcar com as despesas dos desabrigados.

A barragem de Santarém estava no limite da sua capacidade: 7 milhões de metros cúbicos. A de Fundão estava com 55 milhões de metros cúbicos, dos 60 milhões de capacidade total.

Tremor
O engenheiro civil Germano Silva Lopes, que coordena o plano de ações emergenciais na Samarco, disse que por volta das 14h de quinta foi sentido um tremor de terra e que, imediatamente, uma equipe verificou a barragem de Fundão.

Segundo ele, na ocaisão não foi constatado nenhum problema. Depois de algum tempo, começou a ruptura das estruturas.

Segundo o diretor-presidente da Samarco, as operações da mina de Germano estão completamente suspensas onde ficava a barragem de Fundão. A prioridade é o atendimento às vítimas, afirmou.

Fiscalização
Na coletiva, Vescovi disse ainda que as barragens foram vistoriadas por autoridades ambientais em julho de 2015, e os laudos foram emitidos em setembro. Nesta quinta, a Polícia Militar de Meio Ambiente havia informado que a mineradora foi fiscalizada há dois anos e nenhum problema foi encontrado na barragem.

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e de Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) criou um comitê de crise para cuidar do acidente e uma equipe de emergência foi enviada para o local para avaliar a situação.

De acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão responsável pela fiscalização de barragens de rejeitos, a barragem de Fundão é considerada de baixo risco, e o rejeito de minério, inofensivo para a saúde.

O Ministério Público de Minas Gerais instaurou um inquérito civil para apurar as causas do rompimento das barragens.

 

G1

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