Justiça do RS nega liberdade a acusada pela morte de Bernardo

catsA Justiça do Rio Grande do Sul negou o pedido da defesa de Edelvânia Wirganovicz para que ela tivesse a prisão preventiva revogada ou cumprisse medidas cautelares. A decisão é da juíza Sucilene Engler Werle, da 1ª Vara Judicial do Foro de Três Passos, no Norte do estado. Edelvânia é amiga de Graciele Ugulini, madrasta do menino Bernardo Boldrini.

As duas são acusadas de participação na morte da criança, ocorrida em abril deste ano.
Também são acusados de matar o menino o irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz, e o pai de Bernardo, o médico Leandro Boldrini. Os quatro estão presos desde abril de 2014 e respondem por crimes como homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

A magistrada considerou que não “há elementos capazes” para a revogação da prisão preventiva. “A acusada já foi, inclusive, pronunciada pela prática delitiva a ela imputada, considerando que há indícios suficientes da materialidade delitiva e autoria”, explicou a magistrada.

A juíza considera a prisão é necessária para evitar que testemunhas do processo tenham receio ao depor. Além disso, segundo Sucilene, a liberdade da acusada colocaria em risco a aplicação da lei penal, pela repercussão do fato e a possibilidade de fuga, devido à proximidade com fronteira da Argentina.

Defesa pediu também divisão do processo
A defesa de Edelvânia pediu ainda que Edelvânia fosse julgada em um processo separado dos demais réus. A magistrada também negou, argumentando que a divisão “não se afigura conveniente” porque as provas contra os quatro acusados são as mesmas.
“A união do processo e o julgamento conjunto dos acusados evita decisões conflituosas e facilita a apreciação da prova pelo Conselho de Sentença”, afirmou a magistrada.

Na última segunda-feira (26) a juíza manteve o julgamento dos réus pelo Tribunal do Júri, inclusive de Edelvânia. O advogado dela informou que não recorrerá da decisão.

Relembre o caso

– O corpo de Bernardo foi encontrado pela polícia no dia 14 de abril de 2014, enterrado em um matagal de Frederico Westphalen, a cerca de 80 km de Três Passos, onde a família residia. Ele estava desaparecido desde o dia 4 de abril.

– Bernardo Boldrini foi visto vivo pela última vez no dia 4 de abril de 2014 por um policial rodoviário. No início da tarde, Graciele foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. A mulher trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.

– Um vídeo divulgado em maio do ano passado mostra os últimos momentos de Bernardo. Ele aparece deixando a caminhonete da madrasta, Graciele Ugulini, e saindo com ela e com a assistente social Edelvânia Wirganovicz. Horas depois, as duas retornam sem Bernardo para o mesmo local.

– Segundo as investigações da Polícia Civil, Bernardo foi morto com uma superdosagem do sedativo midazolan. Graciele e Edelvânia teriam dado o remédio que causou a morte do garoto e, depois, teriam recebido a ajuda de Evandro para enterrar o corpo. A denúncia do Ministério Público apontou que Leandro Boldrini atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Conforme a polícia, ele também auxiliou na compra do remédio em comprimidos, fornecendo a receita. A defesa do pai nega.

– Em vídeo divulgado pela defesa de Edelvânia, ela muda sua versão sobre o crime. Nas imagens, ela aparece ao lado do advogado e diz que a criança morreu por causa do excesso de medicamentos dados pela madrasta. Na época em que ocorreram as prisões, Edelvânia havia dito à polícia que a morte se deu por uma injeção letal e que, em seguida, ela e a amiga Graciele jogaram soda cáustica sobre o corpo. A mulher ainda diz que o irmão, Evandro, é inocente.

 

Fonte: G1

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