Palestino disfarçado de fotógrafo morre depois de esfaquear soldado
Um palestino disfarçado de jornalista foi morto pouco depois de esfaquear e deixar gravemente ferido um soldado israelense perto da colônia de Kiryat Arba, na Cisjordânia ocupada, nesta sexta-feira (16), informou o exército de Israel.
Um porta-voz militar disse à agências de notícias France Presse que o palestino estava vestido como repórter fotográfico, “o que permitiu que se aproximasse dos soldados”.
A sequência de imagens a seguir mostra o palestino com colete de imprensa correndo atrás do soldado israelense com uma faca na mão e o agredindo.
Os confrontos em Gaza ocorrem durante o que os palestinos chamaram de “Sexta-feira da Revolução” contra Israel.
Palestinos e israelenses se enfrentam há duas semanas em confrontos que deixaram mais de 30 mortos e cerca de mil feridos do lado palestino, e sete mortos e dezenas de feridos do lado israelense.
A tensão aumentou na região devido ao maior controle do acesso ao complexo onde fica o Muro das Lamentações e a mesquita de al-Aqsa, um local em Jerusalém Oriental considerado sagrado tanto por judeus quanto por muçulmanos.
Palestinos temem que Israel mude o acesso atual à mesquita, onde judeus podem visitar mas não podem rezar – algo que Israel diz que não pretende fazer.
Dois palestinos mortos nesta sexta
Também nesta sexta-feira, dois palestinos morreram na Faixa de Gaza em confrontos diferentes. Um deles morreu em confrontos com israelenses perto da passagem de Erez, na Faixa de Gaza, segundo o ministério da Saúde do teritórrio.
O porta-voz do ministério, Ashraf al Qudra, indicou à AFP que Abdul Qadir Farhat, de 19 anos, morreu “após receber tiros na cabeça disparados pelo exército durante confrontos”.
Ele acrescentou que outras 30 pessoas ficaram feridas, 14 delas por tiros, e que foram levadas para hospitais na Faixa de Gaza.
Um segundo palestino foi morto a tiros por soldados israelenses perto do antigo ponto de passagem de Nahal Oz, entre o território palestinos e Israel. Mahmoud Homaida, de 22 anos, foi atingido por munição real, segundo o porta-voz do Ministério, Ashraf al-Qoudra.
Centenas de manifestantes enfrentaram o exército israelense em vários pontos da Faixa de Gaza, onde os protestos foram incentivados pelos movimentos do Hamas e Jihad Islâmica.
Ataque ao túmulo de José
Dezenas de palestinos incendiaram nesta sexta o túmulo de José, um local venerado pelos judeus em Nablus, norte da Cisjordânia ocupada, anunciaram a polícia palestina e o exército de Israel.
Os palestinos lançaram bombas incendiárias contra o local de peregrinação para os judeus. O ataque provocou graves danos.
Para os judeus, o local atacado é o túmulo de José, um dos 12 filhos de Jacó, vendido por seus irmãos e levado ao Egito, de onde seu corpo foi trasladado segundo a tradição bíblica.
O local, onde os palestinos afirmam que se encontra o túmulo de um xeque local, foi cenário de confrontos no passado, sobretudo durante a segunda Intifada (2000-2005).
O presidente palestino, Mahmud Abbas, condenou o incêndio do túmulo de José e chamou o ato de “irresponsável”, segundo a agência oficial Wafa.
Abbas “decidiu formar imediatamente uma comissão de investigação sobre o ato irresponsável cometido esta manhã no túmulo de José, e para reparar os danos causados por este gesto deplorável”, afirma a agência.
Obama condena violência
O presidente americano, Barack Obama, disse que estava muito preocupado com o surto de violência em Israel e que é importante para os líderes regionais conter a situação.
“Nós condenamos nos termos mais fortes possíveis a violência dirigida contra pessoas inocentes”, disse Obama.
Fonte: G1