Sessenta e nove indígenas colam grau em nível superior em Alagoas
Sessenta e nove índios de municípios localizados na região do Agreste e Sertão de Alagoas foram protagonistas de uma formatura histórica nesta sexta-feira (25). A turma de índios colou grau em uma única cerimônia de quatro cursos superiores promovidos pela Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL).
A cerimônia aconteceu no Ginásio de Esportes do Centro Educacional Cristo Redentor, em Palmeira dos Índios, cidade onde aconteceram as aulas.
Os novos bacharéis em Pedagogia, Letras, História e Ciências Biológicas, são provenientes de tribos de 12 etnias, localizadas nos municípios de Joaquim Gomes, Palmeira dos Índios, Pariconha, Inhapi, Porto Real do Colégio, São Sebastião e Feira Grande.
O reitor da Uneal, Jairo Campos da Costa, em entrevista ao portal Estadão Alagoas explicou que essa é a primeira ação do gênero. “Me sinto a pessoa mais feliz do mundo, principalmente pelo momento tão difícil que Alagoas passa, com a problemática ostentando a pior educação e Ideb do país; diante disso, viabilizamos essa ação efetiva levantando a auto estima dos povos indígenas de Alagoas, mostrando que eles também têm direito a uma educação de qualidade, como as elites sempre tiveram, e a Uneal agregou e colocou a mão em demandas que há quase 200 anos ninguém colocava”.
Graduado em história, Cícero Pereira dos Santos da tribo Jeripancó de Pariconha disse que a formatura representa um marco importante para a conquista da autonomia e autodeterminação dos povos indígenas. “Nós existimos, somos capazes e sabemos o lugar que queremos ocupar na história, que as autoridades, o país e o mundo saibam que os povos indígenas tem força particular, que merecem respeito, atenção e esse momento será um dos muitos que ainda acontecerão. Estamos fazendo história desde já”.
Ao longo de cinco anos, integrantes de diversas tribos enfrentaram as dificuldades, mas completaram o curso. Para a índia Suyane de Souza Tenório, da tribo Xucuri-Kariri, da aldeia Mata da Cafurna, em Palmeira dos Índios, nada se compara ao momento vivenciado. “Enfrentamos muitos problemas com burocracia, chuva, frio, lama, noites sem dormir, mas nós conseguimos vencer. Me sinto realizada em trabalhar como professora na minha aldeia, é muito gratificante”, disse Suyane, antes de ser diplomada.
O evento marca o início de um processo de transformação no quadro da educação em Alagoas e Brasil, uma das principais reivindicações de populações indígenas em todo o país.
De acordo com o reitor Jairo Campos, o Prolind deve continuar formando pessoas e elevando a autoestima dos alagoanos de outras etnias. “É preciso fazer crer que, pela dedicação e pela formação, eles podem ser grandes e assim podemos construir uma nova história”.
O evento reuniu famílias e representantes de comunidades indígenas, no ginásio de esportes do Centro Educacional Cristo Redentor, em Palmeiras dos Índios, além de contar com a presença do vice-governador e secretário de Estado da Educação, Luciano Barbosa; a secretária de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos, Roseana Cavalcante; professores e doutores da Uneal.
Da Redação
Parabéns.realizar uma faculdade requer muito esforço e dedicação,e o nosso governo não valoriza,próximo passo entrar na fila pra ser monitor,ou seja ser escravizado!!!
Parabéns à Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL pela oportunidade ofertada aos povos indígenas do nosso estado.Parabéns aos recém formados.