Fábrica de extintores demite 20% após fim da obrigatoriedade

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Começou a valer a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que torna facultativo o uso de extintores de incêndio em carros, caminhonetes, camionetas e triciclos de cabine fechadas. A medida foi anunciada na última quinta-feira (17) e publicada no Diário Oficial na sexta-feira (18).

Com a nova legislação, quem produz extintores já está tomando medidas para adequar a produção a redução da demanda.

A associação dos fabricantes de extintores (Abiex) ainda não consegue estimar a queda nas vendas, mas já afirmou que parte dos 10 mil trabalhadores envolvidos na cadeia produtiva perderá o emprego.

“Temos 32 fabricantes associados. Destes, metade faz extintores apenas para veículos. Há empresas que pararam a produção”, afirmou Cláudio Sachs, diretor da Abiex.

É o caso da empresa Mocelin, do Paraná. “Estamos tentando enxugar ao máximo a produção. Já foram 25 demitidos, mas certamente terão mais”, disse Francielly Peretto, gerente administrativa da empresa, que antes da medida contava com 130 funcionários, ou seja, as demissões correspondem a 20%.

A empresa também havia investido em modernização da linha e expansão. “Quando a lei saiu, em 2009, apostamos que a produção cresceria. Aumentamos a fábrica e compramos maquinário novo”, contou.

Agora, com estoque alto (a empresa não forneceu números), há o risco de perder lotes de extintores.

“Se não vendermos tudo até o fim do ano, e acredito que não venderemos, vamos ter que jogar tudo fora”, completou.

Sem aviso

De acordo com o diretor da Abiex, a entidade sequer foi comunicada pelo Contran que a obrigatoriedade cairia. “Fomos pegos totalmente de surpresa, foi inesperado”, disse. Segundo Sachs, a entidade irá procurar o Contran para tentar mudar a legislação novamente.

“Temos números diferentes dos do Contran. Segundo dados que os Corpos de Bombeiros nos passaram, há 13 mil registros de incêndios em veículos todos os anos. Sem contar os que não são registrados. Por isso, é essencial que os carros levem um extintor”, afirmou.

De acordo com o Contran, a Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) informou que dos 2 milhões de sinistros em veículos cobertos por seguros, 800 tiveram incêndio como causa. Desse total, apenas 24 informaram que usaram o extintor, equivalente a 3%.

 

Fonte Auto Esporte

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