Aos 82 anos, Serguei lamenta ficar de fora dos 30 anos do Rock in Rio
“Lenda viva do rock ‘n’ roll”, como ele próprio se denomina, Serguei não se apresentará na edição dos 30 anos do Rock in Rio, que começa nesta sexta-feira (18). Aos 82 anos e veterano de quatro dos cinco festivais realizados na cidade, confessou em entrevista ao G1 nesta segunda-feira (14) que está triste por não ter sido convidado desta vez.
“Poderiam ter me convidado para cantar uma música, em consideração pelos meus 50 anos de estrada. Todo mundo gosta de um reconhecimento. Mas deixa isso pra lá, seja qual for o convite do evento, eu estou aqui. É só chamar que eu vou.”
O roqueiro, que começou a carreira em 1966, só não tocou na edição de estreia, em 1985. Marcou presença nas outras três (1991, 2001, 2011 e 2013), nem sempre como uma das atrações principais.
O roqueiro também foi destaque de carnaval pela Mocidade Independente, em 2013, quando a escola desfilou na Marquês de Sapucaí um enredo dedicado ao festival. O músico saiu na comissão de frente com uma inusitada fantasia com a frase “Eu comi a Janis Joplin” – referência à cantora norte-americana com quem, segundo ele, teve um caso nos anos 60.
“Eu gosto muito do Rock in Rio, do Medina [Roberto Medina, fundador do Rock in Rio], nos encontramos quando eu e ele desfilamos no carnaval”, relembra.
Cirurgia de catarata
Após passar recentemente por uma cirurgia de catarata nos dois olhos, ele diz que está “recuperadíssimo” e pronto para usar seu par de olhos azuis.
“Eu acho que eu não tenho nada do que reclamar da vida. Minha casa está bem, fisicamente eu estou bem. Só tenho 82 anos porque está escrito num pedaço de papel. Pessoalmente você pode ver que eu não tenho papo, não tenho rugas, não sou barrigudo. Prezo muito por minha aparência física”, diz.
Fã de Queen
Das atrações deste ano do festival, revela ser fã do Queen, que toca na sexta-feira.
“Eu gosto das grandes bandas, são todas da minha época. Eu sempre canto ‘Love of my life’. Os artistas a gente conhece no palco, ele vai mostrar que é um artista quando faz um laço do palco com a plateia. Eu canto muito com corpo, batendo pé. Eu não copio ninguém, acho ridículo imitar ou repetir alguma coisa. A pessoa tem que criar o seu estilo.”
Recordações
Nascido em 1933 e batizado como Sérgio Augusto Bustamente, teve a casa em Saquarema, na Região dos Lagos, transformada em um museu do rock. Entre seus feitos no palco, lembra de abrir a segunda edição do Rock in Rio, no Maracanã. Em 2001, recorda ter embalado milhares de pessoas com sua interpretação de “Satisfaction”, dos Rolling Stones.
“O primeiro Rock in Rio que eu fiz foi uma maravilha pra mim. Eu pedi para as pessoas sentarem no gramado do Maracanã e me despenquei lá de cima. Eu estava com uma calça de helanca [espécie de lycra], levaram duas dúzias de rosas vermelhas, eu tirei os espinhos e enfiei dentro da cueca. Depois eu dei uma jogada de corpo, enfiei a mão, tirei a rosa, dei uma lambida e joguei no público. Em 2001 eu cantei a música dos Stones, depois arranquei as calças e joguei pra multidão”, recorda.
Fonte: G1