Empresário de Neymar diz que pagaria propina a presidente da CBF: ‘Amoral, mas eu faria’
Nem a mega-operação montada pelo FBI, que levou dirigentes da Fifa e empresários de alto calibre à prisão, parece assustar um dos maiores empresários de jogadores do Brasil. Wagner Ribeiro, agente de Neymar, deu uma entrevista extremamente sincera nesta terça-feira (1º) e escancarou alguns procedimentos obscuros no meio do futebol.
Ele participava do programa Bate-Bola, da ESPN, quando surgiu o nome de J.Hawilla, dono da Traffic, e que confessou à Justiça dos EUA o pagamento de propinas a José Maria Marin, Ricardo Teixeira e mais um ‘co-conspirador’, relacionadas à negociações para a transmissão de competições envolvendo a CBF.
Wagner Ribeiro admitiu que, mesmo sabendo da gravidade da situação, repetiria a ação de Hawilla.
— Você tem a Nike, e a CBF quer a Nike, tenho uma comissão de 20%, mas o presidente da CBF quer um pedaço desses 20%, você faria? Eu faria. Pode ser amoral, mas eu seria hipócrita de dizer que não faria. Temos um ex-presidente preso, isso nunca tinha acontecido. Sabe, não vou entrar em detalhe, não estou aqui para defender o J. Hawilla.
Réu confesso do caso Fifa, J. Hawilla estaria trabalhando para o FBI desde o final de 2013, segundo o jornal Folha de S. Paulo. A Traffic é a maior agência de marketing esportivo da América Latina.
Ribeiro ainda usou uma metáfora para ilustrar a maneira como as negociações são fechadas no futebol.
— Se o guarda te para na estrada e vai te multar, ele pede um café. Isso aí tá errado mas existe, é fato. E eu não sou bandido se eu der um ‘café’ pro guarda para ele não me multar.
R7