PF cumpre 78 mandados de busca e 4 de prisão contra fraude no INSS
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (23), em Goiás, Tocantins, Alagoas, Minas Gerais e Distrito Federal, uma operação para desarticular uma organização criminosa que cometia fraudes contra o INSS. Cerca de 300 policiais federais cumprem 78 mandados de busca e apreensão, 4 de prisão temporária e 70 de condução coercitiva nas regiões. O esquema poderia causar um rombo de R$ 170 milhões nas contas da previdência, segundo a PF. Também participam da ação 60 servidores da Previdência Social.
Os mandados estão sendo cumpridos em Formosa (GO), Goiânia (GO), Palmas (TO), Maceió (AL), Uberlândia (MG), Buritis (MG). Em nota, a PF informou que as investigações começaram após a corporação constatar uma fraude de R$ 6 milhões, atingindo 51 benefícios.
Na segunda fase de apuração, o montante do prejuízo passou para R$ 31 milhões, em aproximadamente 400 benefícios. A PF informou que se todos os fraudadores recebessem seus benefícios indevidamente até a expectativa de vida de cada um, o prejuízo poderia chegar a cerca de R$ 170 milhões.
De acordo com a PF, o grupo atuava em duas frentes das fraudes – benefícios urbanos e rurais. Para desviar os recursos públicos, alguns servidores da Previdência Social inseriam dados falsos em sistemas previdenciários, concedendo benefícios a quem não tinha direito, informou.
Os benefícios rurais eram concedidos com auxílio de declarações falsas do Sindicato Rural local, segundo as investigações. O esquema criminoso contava com apoio de despachantes, contadores, empresários, atravessadores junto ao INSS, podendo ter a participação de advogados.
Intervenção em Formosa
A Polícia Federal informou que haverá intervenção administrativa na Agência da Previdência Social de Formosa (GO) para a revisão de todos os trabalhos e concessões, e muitos segurados devem ser intimados para explicarem algumas questões, podendo ter seus benefícios extintos e chamados à devolução, além das implicações penais.
As fraudes remontam mais de dez anos. Os investigados responderão pelos crimes de estelionato previdenciário, falsificação previdenciária, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistema de informações e organização criminosa.
‘Lapa da Pedra’
A operação foi batizada de “Lapa da Pedra” em referência a um sítio arqueológico em Formosa, em Goiás, cujas marcas deixadas pelos paleolíndios possibilitaram sua descoberta. O mesmo ocorreu com “as marcas deixadas pela organização criminosa”, diz a PF.
Fonte: G1