Em Palmeira dos Índios museus e pontos turísticos enfrentam problemas

Palmeira dos Índios comemora neste domingo (21), o Dia Municipal da Cultura, mas na verdade sem muito motivo para tal.

A população e os movimentos cobram da atual gestão respeito com os espaços culturais e o resgate histórico.  O município oferece duas opções de museus para visitação, o Xucuru com um acervo diversificado em relação à arte sacra, Indígena e escravocrata, além do memorial das personalidades que passaram pela cidade e o Graciliano Ramos que mostra um acervo voltado à memória do escritor.

A situação dos dois museus é uma vergonha e chamam a atenção por apresentar estruturas danificadas.

Embora nascido no município de Quebrangulo, foi em Palmeira dos Índios que o nome de Graciliano Ramos se tornou notório para o Brasil. Não ainda como escritor (ou quase isso), mas por meio dos famosos relatórios administrativos que escreveu no período em que atuou como prefeito da localidade, entre 1928 e 1930, e que não é seguido pelo atual prefeito.

cats1Vale ressaltar que a casa de número 90, na rua José de Pinto Barros, no Centro, foi o lar de Graciliano Ramos por oito anos e foi transformada em museu há 42 anos.

É lá, que se encontram várias relíquias do mestre Graça. No local há fotografias antigas e outros objetos de uso pessoal, como canetas, cigarros e um relógio. Os visitantes também podem ver cópias de manuscritos e edições originais de parte da obra de Graciliano Ramos, além das edições estrangeiras.

O que chama mais atenção são as marcas de água da chuva em alguns dos cômodos. O teto do auditório está totalmente desgastado pelas águas da chuva e sem ar condicionado.

A conservação é satisfatória, nenhuma peça corre o risco de se perder, mas o processo de degradação é permanente.

O museu carece de um maior cuidado, já que tem incentivo do IPHAN1.

Inaugurado em 1971, o museu Xucuru instalado na secular Igreja do Rosário, erguida pelos escravos, mostra seu acervo sacro. Além das peças internas, o próprio Museu em sua estrutura arquitetônica, se caracteriza como um importante produto e espelho da cultura palmeirense.

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Do acervo de mais de 5 mil peças ainda faz parte a batina usada pelo ator Jofre Soares ao interpretar o padre Cícero no cinema, um gibão que pertenceu à Luiz Gonzaga, vestes e objetos dos povos indígenas e negros africanos, além de troncos usados para castigar os escravos.

O acervo é constituído por objetos doados pela população de várias cidades. O ambiente que guarda este rico acervo, passa por problemas estruturais, com infiltração em vários locais.

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A lista das ruínas na cidade é grande. Em Palmeira dos Índios, as coisas quando não caem, derrubam.

Estão aos pedaços a estátua do Cristo do Goití, um dos principais pontos turísticos podendo ser vista de quase todos os pontos da cidade, além da antiga estação ferroviária (incluindo-se o espaço utilizado pela Biblioteca Pública Municipal).  A atual gestão anunciou há alguns anos, a reforma da estação ferroviária e a reurbanização de seu entorno e da estátua do Cristo do Goití, mas até o momento nada de concreto ocorreu.

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Cabe lembrar que a desvalorização é tamanha, que no ano de 2013, o chefe do executivo, ventilou extinguir a Secretaria de Cultura do município, mudando de ideia após mobilização nas redes sociais.

A cidade é berço de grandes artistas alagoanos como Graciliano Ramos, Vera Arruda, Maninha Xucuru, José Marques de Melo, Chico Nunes, Jofre Soares, Jacinto Silva e Tenório Cavalcanti.

Nem só de pão vive o homem,  é preciso do circo (Cultura) para fortalecer o espírito e completar o sentido de cidadão, e nem a essa política tão antiga o povo de Palmeira tem como opção.

 

Da Redação

2 comentários sobre “Em Palmeira dos Índios museus e pontos turísticos enfrentam problemas

  1. INFELIZMENTE NOSSA CULTURA ESTAR ESQUECIDA PELO PODER PÚBLICO.REVERTER ESSE QUADRO É IMPOSSÍVEL NESSE MOMENTO DE CRISE, SE DEIXARAM CHEGAR Á ESSA SITUAÇÃO, VAMOS ESPERAR MUITOS ANOS PARA VER ESSES MONUMENTOS RESTAURADOS.POIS O QUE MAIS SE FALA QUANDO ALGUÉM TOCA NO ASSUNTO É QUE NÃO Á VERBAS.

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