Secretaria apresenta suspeitos de participação no ataque a ônibus em Maceió
Representantes da Segurança Pública de Alagoas apresentaram, no final da manhã desta sexta-feira (19), os suspeitos responsáveis de liderar e executar os ataques a ônibus, que aconteceram em três bairros distintos na capital, na quinta-feira (18).
Segundo a polícia, são 17 suspeitos, sendo que 14 deles já estão reclusos no Sistema Prisional. A maioria tem ficha criminal por tráfico de drogas. Além deles, há um menor apreendido.
“Depois do ataque no Jacintinho, houve prisões. Essa atuação da polícia causou a insatisfação das organizações criminosas. Mas, através da Inteligência da polícia, em poucas horas nós identificamos o comando dentro do sistema prisional”, disse o delegado Ronilson Medeiros, da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic).
De acordo com o delegado, três homens foram presos em flagrante pelo ato de atear fogo aos ônibus. Eles foram identificados como Neilton Santos de Oliveira, Alexandre Rodrigues da Silva e Agirdenor Tiburcio dos Santos.
As prisões aconteceram durante uma operação integrada que foi deflagrada de ontem para hoje com o intuito de localizar os suspeitos.
Os presos que comandavam do sistema prisional alagoano são: Jhonatán Félix da Silva, o Mago da Comando, José Cícero Albuquerque dos Santos, Gerson Alves Vieira, Anderson da Silva Sampaio, Damião José da Silva, Tailon Sobral de Oliveira, Ivanildo Nascimento da Silva, David Ferreira dos Santos, Felipe de Oliveira, Alanailton Firmino da Silva, Leonardo Santos de Lima, Siderlan Eugenio da Silva Cruz, José Moises Viana da Silva e Lucas Joaquim dos Santos.
Para a polícia, quem comandou o incêndio no Benedito Bentes é o traficante chamado Carlos Alberto, recluso no presídio. Ele teria ordenado o ataque para mostrar poder na parte alta da cidade, após os ataques na parte baixa. Segundo Medeiros, ainda não se sabe qual vai ser o destino desses reeducandos, se vão ser transferidos para outros estados ou não.
Já quem teria liderado o ataque na Cabo Reis e Mutange é o Ivanildo Nascimento da Silva, o “Aranha”. Ele é suspeito de ter cometido vários homicídios e classificado pela polícia como um dos traficantes mais perigosos de Alagoas.
De acordo com a Superintendência Geral de Administração Penitenciária (Sgap), diferentemente do Presídio do Agreste, o Sistema Prisional em Maceió não conta com bloqueadores de sinal de celular, o que facilita o comando de ações criminosas de dentro do presídio.
“Apesar disso, estamos estudando e investindo para levar os bloqueadores pra Maceió, além do raio-x para os objetos levados em bagagens para os presos e escaner corporal”, disse o major Marcos Henrique, superintendente da Sgap.
Depois dos ataques, o Comando Geral da Polícia Militar se reuniu, na manhã desta sexta, com representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado de Alagoas (Sinttro/AL) para discutir medidas de segurança para rodoviários e passageiros em Maceió. Uma das propostas apresentadas foi aumentar o número de abordagens a ônibus.
“Por conta dessa onda de vandalismo, a polícia está dando ênfase nas abordagens a coletivos, principalmente nos pontos críticos, como o Mutange, Clima Bom e Cidade Universitária”, destacou o coronel da Polícia Militar, Marcos Sampaio.
Segundo ele, a PM teve auxílio de câmeras de vigilância, denúncias do 181 e testemunhas dos incêndios. “Não temos como evitar os ataques, mas o importante é dar resposta a população prendendo todos os envolvidos”.
Ataques
Os ataques aos coletivos urbanos aconteceram nesta quinta-feira (18) nos bairros do Mutange e da Ponta Grossa, na periferia de Maceió. Na ocasião, um dos ônibus foi incendiado e ficou destruído, o outro, que foi depredado, conseguiu escapar da ação criminosa.
Em outro ponto da cidade, na Rua Cabo Reis, no bairro do Trapiche, criminosos tentaram incendiar um outro ônibus. Houve um princípio de incêndio, mas o motorista e os passageiros do veículo conseguiram conter as chamas ainda no início. Niguém ficou ferido e também não houve prisões.
Fonte: G1 AL
