“Carne humana não é diferente de carne animal”, diz canibal de Garanhuns
O site Daily Mail entrevistou com exclusividade Jorge Beltrão Negromonte, de 54 anos, um dos condenados no caso dos Canibais de Garanhuns, que matavam as vítimas e comiam a carne, além de fazer recheio de coxinha com os restos humanos.
No texto publicado nesta quarta-feira, o repórter narra suas impressões e relatos ouvidos dentro do presídio. Entre esses relatos está a de um guarda, que conta como Negromonte se dá bem com seus companheiros de cela, onde brincava que queria trabalhar no preparo de alimentos da cozinha do presídio.
Na entrevista, Negromonte fala sobre seu gosto por carne humana.
— A carne humana, para mim, não é diferente de carne [de animal]. Ela tem o mesmo gosto e a mesma consistência suculenta. Não é mais gostoso do que a carne [de animal], mas também não é menos gostoso.
Negromonte, que é ex-professor universitário, justificou seus crimes, dizendo que as mulheres que ele matou dariam à luz a ladrões e vagabundos futuramente. Junto com sua mulher Isabel Pires, de 54 anos, e a jovem amante Bruna da Silva, de 27 anos, ele criou um culto macabro, acreditando que eles estavam ajudando a livrar o mundo das energias negativas. Comer a carne humana seria a purificação do assassinato.
O canibal conta que o preparo da carne era feito em forma de guisado e que não se recorda de ter comido carne humana frita.
— Comprei um aparelho para Bruna picar a carne, mas não sei se ela usou. A carne durava três ou quatro dias e comíamos no almoço e no jantar.
O acusado revelou também na entrevista que as mortes foram inspiradas em um livro de rituais satânicos, no qual aprendeu o ritual de purificação por meio da ingestão de carne humana.
Jorge se mostra indignado pelo fato de nunca ter conseguido ter filhos. Isabel, sua mulher, teria sofrido aborto mais de uma vez e teria até começado a fazer um tratamento para engravidar, mas nunca conseguiu. E é com essa declaração que Negromonte mostra seu lado megalomaníaco e narcisista sobre a “injustiça” de nunca poder ter tido uma família completa.
— E então você olha ao redor e há pessoas com filhos em todos os lugares, pessoas sem instrução, mas que tem um filho atrás do outro. Eles [pais] não têm nada de valor para passar para eles. Eles vêm aqui [na cadeia] para visitar seus filhos. Eles sequer falam português corretamente. Me perturba ouvir as pessoas falando de forma incorreta. Para o governo, quanto mais pessoas ignorantes tiver, melhor. Mas eu não acho que eles estão certos, eles precisam ser detidos. Eles estão apenas produzindo ladrões.
E com ressentimento, Negromonte diz ser tão vítima quanto suas vítimas.
— A dor que as famílias estão sofrendo é a mesma dor que eu estou sofrendo. Eu também estou sentindo a dor de não ter uma família. Eu me vejo como uma vítima também.
Durante a entrevista, o condenado ainda se comparou a Leonardo da Vinci, Einstein, imperador romano Nero, e Moisés. E disse sofrer de esquizofrenia paranoica, alegando que sua amante Bruna se aproveitava dos momentos de crise para induzi-lo a matar.
Para “atestar” seus delírios, Negromonte contou que, em meio a uma crise, na qual ouvia vozes, quase matou um guarda, o que só não aconteceu porque um colega teria fechado a cela.
— Bruna sabia que ela poderia me controlar. Ela era a única que queria assassinar as mulheres. Foi ideia dela comê-los, porque eu tinha violado o sétimo mandamento [Não Matarás] e precisava ser purificado. Ela me convenceu a parar de tomar os meus medicamentos, porque ela sabia que eu iria começar a ter meus ataques e, em seguida, ela poderia me usar. Goste ou não, se não fosse por causa da Bruna eu não teria feito as execuções. Ela foi capaz de me dominar.
Um dos contornos mais macabros da história foi quando o trio matou uma jovem que tinha uma filha de um ano e meio. Negromonte contou na entrevista que Jéssica morava há três meses com ele na mesma casa que a mulher e a amante e diz que, por ciúmes, Bruna o manipulou e o fez matar a menina e que não se lembra de nada.
— Eu só me lembro de flashes. Sangue jorrando do pescoço, seu corpo sem vida no banheiro e, em seguida, ela em pedaços no chão do banheiro. Eu só acordei no dia seguinte com tudo já limpo. O bebê estava no berço. Bel e Bruna tinha limpado tudo. Eles tinham enterrado seus ossos no quintal.
A carne da vítima foi consumida pelos três e também dada à criança, que comeu a carne da própria mãe.
De acordo com a entrevista, Negromonte revelou com exclusividade que haveria outra vítima, mas que não tinha sido preso porque um policial corrupto teria aceito sua casa para deixar o caso de lado e foi então que se mudaram para Garanhuns.
Fonte: R7